Que a alimentação é necessidade básica do ser humano não há nem o que discutir. Buscar alternativas para que os menos favorecidos tenham acesso a um prato de comida diariamente deve, ou deveria, ser prioridade de todos os governantes. Uma das iniciativas mais interessantes neste quesito é a rede de restaurantes populares Bom Prato, do governo paulista.

Hoje, existem 53 unidades (de acordo com o site da Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo) espalhadas pela Capital, Região Metropolitana, Litoral e Interior. Basicamente, são espaços onde se serve almoço por R$ 1. Ou seja, com apenas uma moeda do valor é possível saciar a fome; e tem também o café da manhã, por R$ 0,50.

Santo André integra essa rede há quase 16 anos e, no período, superou a marca de 7 milhões de refeições servidas. Por semana, são 1.400 pratos oferecidos. A satisfação com o serviço pode ser medida pela fila que se forma desde as primeiras horas da manhã na frente do prédio.

Ontem, foi dada a largada para que São Bernardo também entre neste circuito, com a construção de estabelecimento ao lado da unidade do Poupatempo, na região central. A expectativa é que esteja pronto em novembro, e que todos os dias sejam ofertados 1.800 almoços.

A realidade andreense e o projeto são-bernardense contrastam com a decepção dos moradores de Mauá. A cidade espera há quatro anos para que equipamento igual seja instalado em seus domínios. Mas, pelo jeito, vai demorar um pouco mais para que ocorra algum progresso.

A interpretação das palavras do secretário de Desenvolvimento Social, Gilberto Nascimento Jr., demonstra que o processo mauaense segue inerte e estacionado. Segundo ele, falta a definição de itens básicos, como o local para a instalação, que deve ser de fácil acesso para que as pessoas possam chegar com tranquilidade. Além disso, dos cinco imóveis apresentados como opção em quatro anos, nenhum foi aceito.

A situação é indigesta.