Os aposentados e pensionistas de várias regiões do Brasil fizeram uma manifestação terça-feira na Avenida Paulista, em São Paulo, contra o reajuste de 3,3% nos benefícios acima de um salário mínimo anunciado pelo governo federal há duas semanas. Houve até quem ficou só de cueca em protesto ao índice.
No total, 1,2 mil pessoas participaram do evento que foi organizado pelo Sindicato Nacional dos Aposentados, e apoiado pela Cobap (Confederação Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) e pelas centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), CGT (Central Geral dos Trabalhadores) e Conlutas (Confederação Nacional de Lutas).
O movimento foi motivado pelo anúncio do reajuste de 3,3% nas aposentadorias e pensões e pela data fixada para a primeira parcela do 13º salário para setembro – feito através de Medida Provisória e que ainda será votado pelos deputados em Brasília.
Para os representantes da classe o reajuste teria de ser de 8,57%, o mesmo do salário mínimo. “Fizemos uma pauta com oito reivindicações para serem discutidas com a Previdência Social. No entanto, o governo anunciou o aumento sem negociar, um dia antes da reunião que tínhamos marcado com eles. Não vamos aceitar essa desigualdade”, afirma Warlei Martins Gonçalles, presidente da Federação dos Aposentados de São Paulo.
Segundo os aposentados, o índice proposto pelo Governo Federal não repõe as perdas da classe. “Plano de saúde subiu 9%. Remédios 8%. A cada ano que passa o aposentado compra menos. É por isso que muitos estão de volta ao mercado de trabalho”, explica João Batista Inocentini, presidente do sindicato.
“Será que vamos ter que ficar de cueca no cartão postal do Brasil?”, se indigna Benedito Marcílio, presidente da Cobap e da Associação dos Trabalhadores Aposentados e Pensionistas do Grande ABC. “Estamos em um impasse entre o movimento dos aposentados e o governo há 12 anos. Desde que foi desvinculado o reajuste das aposentadorias do salário mínimo, a defasagem chega a 70%”, conta.
Marcílio comentou também o incidente que ocorreu com o Ministro da Previdência Social Luiz Marinho. “Fomos entregar uma cartilha com as resoluções do nosso congresso e o ministro empurrou os aposentados com o carro. Foi uma agressão ao movimento”, diz.
Para o metalúrgico aposentado João Domingos de Lima, de Santo André, que participou da manifestação, o índice de 3,3% é uma vergonha. “O governo virou as costas para aqueles que construíram este País. O aposentado não pode morrer de fome”, critica.
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