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Sto.André aumenta o número de vagas de Zona Azul, mas a arrecadação diminui

Após ampliar estacionamento rotativo, em março, cidade teve redução na procura pelo serviço

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
10/08/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O aumento de vagas de Zona Azul autorizado pela Prefeitura de Santo André, em março, aparentemente não foi um bom negócio. Afinal, o faturamento do estacionamento rotativo da cidade caiu na medida em que os espaços nas ruas destinados à parada de veículos aumentaram. Balanço obtido pelo Diário mostra que a arrecadação do serviço recuou 13,04% nos três meses subsequentes à implementação da medida.

Entre março e maio, o sistema de Zona Azul registrou faturamento de R$ 244,9 mil, enquanto no mesmo período do ano passado a arrecadação foi de R$ 281,6 mil. Ou seja, prejuízo de R$ 36 mil aos cofres públicos.

Se analisado o faturamento dos cincos primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período de 2017, a queda foi ainda maior. Recuou 16,70% (veja gráfico abaixo).

Em sua justificativa, a Prefeitura de Santo André informou que a queda está relacionada diretamente à oscilação da procura pelo serviço. “Os números variam mês a mês, não dá para atribuir um motivo para a queda da arrecadação. Se trata apenas de uma menor procura pelo serviço naquele período”, avalia.

Soma-se a isto a questão das gratuidades, concedida para idosos acima de 60 anos e pessoas com deficiência ou aqueles com mobilidade reduzida.

No entanto, usuários do serviço contestam a informação. Chama atenção, neste caso, a crítica de vagas implantadas em vias “fora de áreas comerciais”, o que tem provocado, segundo moradores, um boicote ao serviço.

“Aqui próximo do (terminal) Prefeito Saladino é um ponto mesmo que não tem essa necessidade, pois é muito embarque e desembarque. Coisa rápida”, desabafou o ajudante geral Vladimir Neto, 37 anos.

Localizada na região central, a Travessa Santo Amaro ganhou em março 22 vagas de estacionamento rotativo. Porém, quem frequenta a via diz que desde então o cenário do local mudou completamente. “Antes a rua era lotada de carro estacionado, por ser sem saída e também estar próximo dos Correios. Agora ninguém deixa mais aqui. Muitos dizem que não vão gastar dinheiro para pegar uma entrega rápida”, alegou Roberta Ramos, 29, que mantém comércio na via.

De acordo com a Prefeitura, a criação de 642 vagas de Zona Azul na cidade, em março, foi discutida com comerciantes e segue parecer de estudo feito pelo Paço, que identificou a necessidade da “democratização do uso de ruas e avenidas como estacionamento”. “Ao limitar em duas horas o período em que o motorista pode deixar o carro estacionado, a Zona Azul estimula maior circulação de pessoas, o que beneficia as regiões de comércio.”

A Prefeitura ressaltou, à época, que tanto as alterações de Zona Azul quanto as demais medidas que integram o Pait (Programa de Ação Imediata no Trânsito), são realizadas após detalhado estudo técnico do DET (Departamento de Engenharia de Tráfego) e da Secretaria de Mobilidade Urbana, que constantemente monitoram o trânsito na cidade para identificar necessidades de novas intervenções.

Administrado pela Estapar, empresa prestadora de serviços, a Zona Azul tem parcela do seu faturamento direcionado ao Fumcad (Fundo Municipal da Criança e do Adolescente).

Atualmente, são 4.990 vagas de estacionamento rotativo em Santo André. Nestes espaços, o valor da Zona Azul varia de R$ 1 a R$ 4, dependendo da localidade e do tempo de permanência, que tem como limite o período de duas horas. 




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