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Diadema apresenta projeto de reforma de praça ao Condema

Conselhos do Meio Ambiente e do Patrimônio farão vistoria em 21 de agosto; Promotoria instaurou inquérito para apurar corte de vegetação

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
10/08/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 A Prefeitura de Diadema apresentou na noite de terça-feira ao Condema (Conselho de Defesa do Meio Ambiente da cidade) o projeto básico para reforma da Praça Castelo Branco. A intervenção tem causado polêmica, devido à possibilidade de corte de árvores para criação de vagas de estacionamento. A Promotoria de Justiça, do Meio Ambiente, Habitação e Urbanismo de Diadema instaurou em 17 de julho inquérito civil para investigar a supressão da vegetação. “Agora que apresentaram o projeto, pudemos ver que não é tão ruim quanto parecia”, explicou o integrante do Condema e representante do MDV (Movimento em Defesa da Vida) Claudio Milz.

Segundo o conselheiro, as vagas de estacionamento seriam criadas em local que hoje abriga um calçadão – e que já foi, até o fim da década de 1980, uma rua. “Havíamos entendido que as vagas seriam dentro da praça. A ideia, de acordo com o que nos foi passado, é abrir aquele espaço apenas para estacionamento, e não para tráfego”, completou.

Milz declarou que a preocupação do Condema foi motivada pela falta de informação imediata por parte da Prefeitura, assim que as notícias sobre a possibilidade da reforma foram veiculadas pela imprensa. “Com a Praça Lauro Michels foi bastante parecido. Não fomos notificados e foi cortado grande número de árvores. O coreto que existia também foi suprimido, sem anuência do Conselho do Patrimônio”, pontuou. “A alegação da Prefeitura é que serão removidas entre sete e dez árvores, especialmente as que hoje encostam nos fios de alta-tensão. Inclusive sugerimos que a fiação da praça seja subterrânea”, comentou.

Um comerciante que está na praça há vários anos e tem participado das discussões com a Prefeitura conversou informalmente com a reportagem e confirmou que os empresários apoiam as intervenções. “Não temos vagas para estacionamento e isso atrapalha as vendas”, justificou. Sobre as árvores que seriam suprimidas, o lojista relatou que, em época de chuvas fortes, são frequentes os dias em que toda a região fica sem energia, porque muitos fios são danificados pelos galhos. “Essas coisas algumas pessoas não vêem”, reclamou.

No dia 4 de agosto, o Diário mostrou que a Praça Castelo Branco foi inaugurada pelo ex-prefeito Lauro Michels, tio-avô do atual prefeito, Lauro Michels (PV), e que é grande a preocupação do Condepad (Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico, Documental, Artístico e Cultural de Diadema) a respeito das mudanças. “Dependendo do projeto, um pouco da história da cidade, que é bastante recente, pode acabar se perdendo”, avaliou na ocasião a arquiteta e presidente do colegiado, Maria Luísa Gagliardi.

Também na terça-feira, Condepad e Condema participaram de reunião sobre o tema, mas a deliberação do Conselho do Patrimônio só será divulgada após notificação de todos os conselheiros. Os dois órgãos planejam visita conjunta à praça, com a presença de representantes da administração municipal, no dia 21 de agosto, às 9h. A Prefeitura de Diadema não tem respondido aos questionamentos do Diário sobre o tema.




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