Após meses de impasse, o presidente da Câmara de Mauá, Admir Jacomussi (PRP), conhecido como Jacó, decidiu nesta sexta-feira que não será candidato a deputado estadual em outubro, como havia planejado desde o começo do mandato o prefeito eleito Atila Jacomussi (PSB), seu filho, afastado do cargo.

A desistência do parlamentar já vinha se desenhando nos últimos dois meses, mas Jacó ainda não havia batido o martelo. O primeiro e principal motivo do recuo foi a derrocada do filho na política local. Atila foi preso em flagrante pela PF (Polícia Federal) em maio no âmbito da Operação Prato Feito, deflagrada para desmontar esquema de desvios de verbas em contratos da merenda e material escolar. Na casa do socialista, os policiais encontraram R$ 87 mil em dinheiro vivo, escondidos em panelas na cozinha. Eles suspeitam que o montante seja ilícito.

Atila foi solto em junho por força de habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), mas a Justiça de segunda instância - que converteu a prisão em flagrante do socialista em preventiva - o proibiu de retornar ao cargo. Desde então, a vice-prefeita eleita Alaíde Damo (MDB) vem governando interinamente o município e reduzindo significativamente a presença e a influência do grupo de Atila do Paço mauaense.