Diarinho Titulo Ciência exata
Por dentro da matemática

Estudantes mostram que é possível mesclar diversão e conhecimento com informações das aulas

Tauana Marin
Diário do Grande ABC
05/08/2018 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


Impossível vivermos sem números. Eles estão em todas as partes, marcando tempo no relógio, colocando preço nas coisas e apontando a velocidade dos veículos. São essenciais para o desenvolvimento de contas e aprendemos a entender o que significa um quarto da xícara de farinha necessário para se fazer um bolo, por exemplo.

A importância do universo da Matemática se mostra essencial mesmo que a disciplina não seja uma das mais populares na escola. Há quem tenha dificuldade com as lições e provas, mas também despontam alunos que admirem suas possibilidades. “Gosto porque é preciso raciocinar. Qualquer conta ou problema que é preciso resolver tem uma lógica. Podemos chegar no resultado de formas diferentes. Não tem como 1+1 não ser igual a 2. É uma ciência exata”, explica Luana Alendees Zanon, de 11 anos.

Apesar de toda a atenção no momento da explicação do professor, a estudante garante que, para entender os detalhes, é preciso praticar. “Meus pais sempre montam espécie de ‘prova’ para eu responder em casa. É fazer e refazer quantas vezes forem necessárias”, conta a aluna do Colégio Ábaco, de São Bernardo.

Assim como ela, o colega na unidade, Vitor Marcucci Puertas, 10, é apaixonado por números e, por gostar, tenta garantir notas entre 9 e 10 na disciplina. “Tenho facilidade para aprender, mas isso é porque presto muita atenção na sala. Além disso, minha mãe e meus avós me ajudam na hora de estudar. Faço muitos exercícios extras, além de revisar os que já fiz na escola”, diz. O empenho do menino é tamanho que ele chega a ajudar os colegas por causa da facilidade na hora de fazer contas.

As boas notas no boletim credenciaram a dupla a participar de importantes competições de Matemática onde jovens de escolas públicas e particulares se submetem a testes com premiações (veja mais ao lado). “Nesse ano passei para a segunda fase da Canguru de Matemática Brasil. É bastante disputado”, conta Luana. No colégio ondem estudam, costumam ‘enfrentar’ testes e simulados.

Esse mundo de somas, subtrações, multiplicações e divisões também chama a atenção do andreense Enzo Ponteli Cunha, 11. Integrante da turma do 6º ano do Liceu Monteiro Lobato, de Santo André, o garoto revela que sempre se destacou no entendimento da matéria. “Antes de a professora ensinar a tabuada, eu já sabia, estava na ponta da língua”, brinca.

Ele costuma estudar o tema por cerca de uma hora todos os dias (exceto no fim de semana), buscando retomar o que viu para que possíveis dúvidas não sejam acumuladas. Detalhe para o fato de tentar colocar certos termos matemáticos no dia a dia. “Fico brincando com minha mãe e pergunto se posso comer apenas um terço da comida que está no prato.”

Apesar da dedicação, Enzo sabe que tirar dúvidas com os professores é essencial. “Por falta de atenção acabei ficando com certa dificuldade em lidar com frações e porcentagem. Mas hoje já domino”, recorda o jovem, que sonha em lidar com a Matemática na vida adulta trabalhando como Engenheiro da Aeronáutica, profissional atuante na elaboração de projetos de aeronaves.

Egípicios iniciaram ciência dos números

A Matemática estuda quantidades, medidas, espaços, estruturas, variações e estatísticas. Essa ciência foi desenvolvida ao longo da evolução humana e muitos povos deram sua contribuição. Acredita-se que os egípcios foram os primeiros a ampliar o conhecimento com os números, há cerca de 5.000 anos, mas pouco se sabe sobre como eles faziam cálculos.

Pesquisadores acreditam que foi com base nesse conhecimento que eles construiram as pirâmides, já que a ação envolveu engenharia um tanto quanto complexa. Além disso, antigos papiros (tipo de papel feito de planta), com cerca de 4.800 anos, revelam 25 problemas ligados ao cotidiano desse povo. Um deles calculava a quantidade de mistura necessária para a fabricação de pães usados em rituais religiosos.

A agricultura e a pecuária também contribuíram para que começassem a realizar contas a fim de controlar produção de comida e criação de animais. Para se ter ideia, parte do raciocínio separava uma pedra para cada bicho contabilizado. Para conferir as ovelhas do rebanho, tirava-se a pedra de um saquinho e a colocava no outro.</CW>

Árabes e indianos ajudaram muito no desenvolvimento da Matemática. Entre os século 8 e 9, o matemático e astrônomo Al-Khwarizmi desenvolveu e espalhou pela Europa o sistema numérico utilizado até hoje, o indo-arábico.

No Brasil, algumas tribos de índios, como a pirahã, não fazem contas como nós. Ela tem palavra para designar o número um, outra para o dois e apenas outra – que designa muitos – para os demais. Isso não significa que são menos inteligentes, somente que nunca precisaram criar sistema numérico mais complexo.

Olimpíadas e provas testam conhecimento dos participantes

Competições pelo Brasil e pelo mundo acontecem todos os anos e semestres a fim de celebrar o desempenho dos alunos na disciplina. Um dos eventos mais conhecidos é a Olimpíada Internacional de Matemática Sem Fronteiras, ação de origem francesa que reúne estudantes do mundo todo. Questões envolvendo contas, ângulos e lógica fazem parte do desafio.

Na etapa nacional do torneio, alunos da rede municipal de Diadema conquistaram 11 medalhas (entre ouro, prata e bronze). Com os resultados, parte dos jovens locais recebeu convite para disputar conhecimento com estudantes de outros países no confronto internacional da competição, marcado para ser finalizado na terça-feira, na cidade de Bangkok, capital da Tailândia.

Os apaixonados pelos números também podem se inscrever no Canguru de Matemática, que é diferente dos outros eventos temáticos. Além de mais descompromissado, funciona como espécie de jogo. Estudantes de todas as idades, dos 7 aos 18 anos, podem participar em seis diferentes categorias etárias, resolvendo 24 ou 30 testes de múltiplas escolhas.

Geralmente, as inscrições para ações do tipo são feitas por meio das escolas, mas também é possível haver participação por interesse individual.

Os números surgiram da necessidade do ser humano de contar as coisas, já tendo usado ossos, rochas e nós para realizar a ação;

A evolução das civilizações criou diversos símbolos para fazer as marcações, com o zero (0) representando numeração nula.
 




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