Junto a outras instituições municipais de Ensino Superior, universidade trabalha na elaboração de índice de desempenho
A USCS (Universidade Municipal de São Caetano) celebra hoje 50 anos de existência, buscando ainda mais qualidade em seu trabalho. Desde abril, em conjunto com outras instituições municipais de Ensino Superior, a universidade discute a criação de índice de desempenho. “Esse é um dos grandes desafios, tentar medir e estabelecer um bom indicador de qualidade, além de aprimorarmos essa questão”, explicou o reitor Marcos Sidnei Bassi. “O mercado está muito desregulado. A gente percebe que o governo não tem tido atenção aos indicadores de qualidade da Educação, mas sempre nos preocupamos com isso.”
Desde abril, por meio da Ames-SP (Associação das Instituições Municipais de Ensino Superior), o indicador é desenvolvido e debatido com o CEE (Conselho Estadual de Educação). “Nossa expectativa é que até o fim do mês possamos apresentar o modelo ao conselho. Já existem indicadores importantes, mas muitas vezes não pega o diferencial, que é muito característico das instituições municipais, o quanto estamos ligados ao município e à região. Atuamos em serviços de Saúde, com clínicas para a população, com atividades culturais, isso é marcante”, pontuou.
No cargo desde 2013, Bassi já acumula 34 anos de USCS, sendo quatro como aluno (de 1984 a 1988) e de 1989 até 2012 como docente. O reitor destacou que a universidade tem conseguido crescer, apesar do crítico período econômico pelo qual passa o País e pela falta de recursos para o financiamento no Ensino Superior. “Temos conseguido crescer dentro deste cenário. Internamente, temos organizado os procedimentos, as grades curriculares, adaptando melhor ao mercado de trabalho”, apontou o reitor.
O reitor celebra a recuperação das finanças da instituição, que tem sido alcançada com gestão dos custos e aumento no número de alunos. “Aprimoramos a infraestrutura de tecnologia de sistemas acadêmicos, vamos implantar novo sistema de frequência, que será controlada por um QRCode no celular e não mais por chamada”, citou. A abertura de novos campi, em São Paulo e em São Caetano, também foi citada como conquista de seu mandato. A instituição aguarda autorização do CEE para solicitações de abertura de quatro campi fora da rede, em Diadema, Barueri, Guarulhos e Itapetininga. “Serão cursos da área de Saúde, especialmente medicina, o que pode nos colocar como parceiros das gestões nos equipamentos de Saúde.”
A expansão da internacionalização da universidade, tanto por intercâmbio de alunos quanto por pesquisas de docentes em conjunto com profissionais de outros países, está entre as metas da USCS. “Este ano vamos receber uma professora mexicana, que passará um ano conosco. Temos tido alunos que vão e vêm. Vamos receber esse semestre um aluno de Medicina, vindo da universidade Luigi Vanvitelli, de Nápoles, na Itália, e também assinamos com essa instituição convênio para dupla titulação em Direito, com o aluno podendo, depois de formado, atuar tanto no Brasil quanto na Itália”, citou. A instituição estuda incluir nas grades dos cursos o ensino de inglês para facilitar esse processo.
A implantação da ouvidoria, na avaliação do reitor, tornou mais igualitária a relação entre alunos, professores e direção. “Por experiência própria, sei que era uma deficiência e temos conseguido sanar com a criação desse canal direto de comunicação”, pontuou. São feitas reuniões semestrais com os representantes de sala e a equipe gestora, a fim de sanar qualquer tipo de conflito ou de problemas que se apresentem. A administração disponibilizou também número de telefone para envio de mensagens a fim de sanar questões administrativas.
CIDADÃO
O reitor recebe hoje, em sessão solene que será realizada no auditório da USCS, às 18h, o título de cidadão são-caetanense, por meio de projeto de lei apresentado pelo presidente da Câmara, Pio Mielo (MDB). “Sempre vivi aqui, mas, por algum motivo, nasci em Santo André.”
Será inaugurada, às 17h30, a exposição USCS 50 Anos, que reúne importantes momentos de sua história. A data conta ainda com a estreia do Portal de Memória da USCS, acervo de história oral com depoimentos de funcionários, professores, alunos e ex-alunos e lançamento de um livro comemorativo de crônicas e fotos, de diversos autores que participaram da história da instituição.
“É uma grande alegria, uma satisfação participar desse aniversário da USCS. Espero que faça mais 50 anos”, concluiu.
Professores e alunos celebram jubileu da instituição
“Vivi intensamente meus anos na USCS (Universidade Municipal de São Caetano)”, declarou um apaixonado ex- aluno de Rádio, TV e Internet. O produtor audiovisual Willian Guimarães, 33 anos, se formou na instituição em 2015. “Passei um ano como professor auxiliar, pude montar uma turma de edição de vídeo e se hoje sonho com o mestrado e em dar aula, é pela experiência que tive lá”, lembrou.
A estudante do 3º ano de Medicina Carla Mendonça da Motta, 22, destacou que o curso tem proporcionado proximidade e conexão com os pacientes atendidos na atenção básica (por meio das parcerias com a Secretaria Municipal da Saúde), que fazem a diferença na sua formação. “A habilidade de trabalhar com uma equipe multiprofissional no âmbito da Saúde é uma coisa que a USCS me ensinou e que sou muito grata”, afirmou.
O professor de Arte e Cultura Contemporânea Herom Vargas, 55, declarou que, por sua trajetória e pelo número de alunos que já formou (mais de 30 mil), a USCS está profundamente inserida na história do Grande ABC. “É histórico uma instituição que consegue sobreviver por cinco décadas, com um excelente padrão de qualidade”, pontuou. Vargas está na universidade desde 1996, sempre atuando nos cursos de Comunicação.
‘Inauguração marca ingresso de S.Caetano na modernidade’
“A inauguração da Faculdade Municipal de Ciências Econômicas, Políticas e Sociais marca a entrada de São Caetano na modernidade.” Esta afirmação é da historiadora da FPM (Fundação Pró-Memória) do município Cristina Toledo de Carvalho. “O ano de 1968 foi um marco para a história da cidade, devido aos maciços investimentos na Educação”, relatou.
A profissional pesquisa pela FPM temas relacionados ao município, e assina um dos artigos que integram a 57ª Revista Raízes, produzida pela Fundação, em edição comemorativa ao jubileu da USCS (Universidade Municipal de São Caetano). “Faço uma contextualização histórica ao período em que a instituição surge no município, ainda como faculdade. Na década de 1970, com o acréscimo do curso de Administração, por meio da incorporação da Esan (Escola Superior de Administração e Negócios) – então ligada à PUC (Pontifícia Universidade Católica) – é criado o Imes (Instituto Municipal de Ensino Superior)”, explicou. “Há um grande período de consolidação, até que se transforma na USCS, em meados de 2008”, completou.
Os investimentos em Educação fazem a cidade ser conhecida como “a que não tem problemas com escola”, declarou a historiadora, e sedimentou as bases dos bons resultados apresentados na área até hoje. “Essa foi uma época muito marcante, tanto pelos avanços educacionais quanto pelos avanços culturais”, concluiu Cristina.
Observatórios unem academia e sociedade
A USCS (Universidade Municipal de São Caetano) mantém em funcionamento três observatórios: Educação, Segurança Pública e Conjuscs (Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura). De forma geral, o objetivo é aproximar a academia da sociedade, com a produção de pesquisas e análises periódicas que possam subsidiar a elaboração de políticas públicas.
O coordenador do Observatório de Educação, Paulo Garcia, destacou que o trabalho teve início em 2015 e tem entre os objetivos identificar e analisar a Educação na região, sobretudo a básica. “Estamos na produção do quarto livro, com 20 cadernos, que reúnem pesquisas acadêmicas em linguagem mais acessível publicados no Diário, o que deixa claro o papel fundamental da USCS não só para São Caetano, como para a região”, declarou.
Coordenador do Observatório de Segurança Pública, David Siena lembrou que os relatórios trimestrais produzidos após análise dos indicadores criminais da região, se ainda não baseiam políticas públicas, já servem de orientação para os agentes de Segurança de algumas cidades. “Compartilhamos os resultados e o retorno tem sido positivo”, citou. “Só podemos torcer que venham mais 50 anos de produção de conhecimento”, concluiu.
À frente do Conjuscs, Jefferson José da Conceição pontuou que o observatório cumpre o importante papel de aprofundar os conhecimentos sobre a região sob diferentes prismas. “Olhar o Grande ABC a partir de uma perspectiva acadêmica”, definiu. “Ao fazer 50 anos, a USCS olha para trás, para um grande legado, e para a frente, com perspectivas de avanços”, afirmou.
Marta Marcondes, coordenadora do Projeto IPH (Índice de Poluentes Hídricos), que monitora a situação de vários corpos d’água da região, destacou a preocupação da instituição com o meio ambiente. “A universidade se mostrou aberta e atenta ao tema. Ainda temos muita história pela frente”, afirmou a especialista.
"A USCS cumpre o tripé que é o papel da universidade: ensino, pesquisa e extensão.”
José Auricchio Júnior, prefeito de São Caetano
“A USCS é patrimônio da Educação de São Caetano. Um orgulho para nós.”
Pio Mielo (MDB), presidente da Câmara
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