Economia Titulo Combustível
Governo garante desconto do diesel em R$ 0,46 até dezembro

Nos postos da região, porém, diminuição é de R$ 0,38, ante período da greve dos caminhoneiros

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
01/08/2018 | 07:22
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Fernanda Carvalho / Fotos Públicas


Até o fim do ano, o valor do diesel continuará chegando nos postos de combustíveis com o subsídio do governo de R$ 0,46, parte do acordo para pôr fim à greve dos caminhoneiros. Foi o que garantiu ontem o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, durante cerimônia de comemoração dos 20 anos do Código de Trânsito Brasileiro, no Palácio do Planalto.

“O compromisso que o governo tinha com os caminhoneiros era manter o desconto de R$ 0,46 até o dia 31 de dezembro de 2018. Portanto, agora, vencido o primeiro período em que vai haver revisão no preço, porque ter-se-á que ver quanto variou o preço internacional do petróleo e do óleo diesel, o preço pode cair, não estão dizendo que cairá, vai depender das variações positivas e negativas”, afirmou Padilha, reiterando que se o custo internacional aumentar, o valor do diesel pode subir.

O acordo com os caminhoneiros previa, inicialmente, que os aumentos ocorressem a cada 60 dias e, depois, de 30 em 30 dias.

O governo subsidia o desconto de R$ 0,46 com pacote de R$ 9,5 bilhões, que ficou conhecido como ‘bolsa caminhoneiro’. Questionado sobre o risco de novas paralisações, o ministro disse que estão fazendo de tudo o que se comprometeram para que isso não ocorra novamente, e lembrou que há comissão na ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) atuando de forma permanente no diálogo com os profissionais do setor a fim de construir tabela de frete – outro pleito da categoria –, segundo ele “grande nó” enfrentado pela agência.

NA REGIÃO - Nos postos do Grande ABC, no entanto, o valor do diesel ainda não atingiu os R$ 0,46. A redução, na média, chega a R$ 0,38. Quando teve início a greve dos caminhoneiros, em 21 de maio, o litro chegava a R$ 3,66 e, agora, R$ 3,28. Em reportagem do Diário duas semanas após o fim da paralisação, em 17 de junho, a redução atingia R$ 0,36. E, uma semana antes, R$ 0,32.

Esta não é uma exclusividade da região, pois, durante coletiva de imprensa do ministro da Casa Civil, ele foi perguntado sobre o fato de o desconto integral ainda não ter sido repassado ao consumidor em todas as localidades. “Embora não tenha chegado em todas as bombas ainda, esta é uma referência que se tem, nós temos um processo de fiscalização funcionando, mas o certo é que nós já fizemos a nossa parte para que o dono do posto receba com R$ 0,46 a menos e repasse o valor ao caminhoneiro.”

O presidente do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABCDMRR), Wagner de Souza, no entanto, afirmou que a maior parte dos postos da região tem praticado a redução de R$ 0,46, uma vez que as distribuidoras têm repassado o produto com desconto.

Quanto ao etanol e à gasolina, ambos têm chegado à bomba com valores menores. Na média, segundo pesquisa de preços realizada semanalmente pela ANP (Agência Nacional de Preços), o derivado da cana-de-açúcar é vendido por R$ 2,55 (ante R$ 2,79 há um mês e meio) e, o do petróleo, R$ 4,22 (frente a R$ 4,31).

Souza justifica que a redução se deve à queda no consumo entre 15% e 20%. Diante de uma menor procura, os valores praticados tendem a cair. “É normal para o mês de férias de julho diminuir 10%, e não tudo isso. Ficamos nos perguntando o que houve, se ainda é reflexo da greve dos caminhoneiros. É certo que a economia deu uma travada e o consumidor colocou o pé no freio.”

Com essa média de valores, o etanol é bem mais vantajoso do que a gasolina. Como o renovável rende cerca de 70% do fóssil, é preciso multiplicar o preço da gasolina por 0.7 para ver se vale abastecer com o etanol. Neste caso, o cálculo resulta em R$ 2,95. Significa que até este valor ele é mais competitivo.
 




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