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Juros fecham em queda firme com apoio do Centrão a Alckmin, dólar e IPCA-15
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20/07/2018 | 16:53
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Os juros futuros fecharam a sessão desta sexta-feira, 20, em queda, vista ao longo de toda a curva, mas mais pronunciada nos contratos a partir de 2021. Como este trecho é mais sensível à percepção de risco político, houve alívio grande nos prêmios em razão da aliança entre os partidos do Centrão (PR, PP, DEM, Solidariedade e PRB) e o PSDB na corrida presidencial, na chapa liderada pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 fechou em 6,705%, de 6,738% na quinta-feira, no ajuste, e a do DI para janeiro de 2020 caiu de 8,13% para 8,06%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou na máxima de 9,07%, mas ainda assim bem distante do ajuste anterior (9,17%). A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 10,33%, de 10,54%, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 11,17% para 10,86%.

O acordo entre Centrão e PSDB será oficializado somente na semana que vem, mas declarações de vários líderes dos partidos do bloco já confirmam a aliança. "Na próxima semana vamos anunciar o caminho do Centrão. Temos tido conversas produtivas e promissoras com Alckmin", disse ACM Neto, presidente nacional do DEM, em evento de oficialização do deputado Rodrigo Garcia (DEM) como vice do tucano João Doria, na disputa ao governo de São Paulo.

O apoio do Centrão a Alckmin também enfraquece a pré-candidatura de Ciro Gomes (PDT), trazendo alívio aos investidores, aos quais a postura heterodoxa do ex-governador do Ceará desagrada. "Em seu discurso, ele critica a pauta reformista, embora o coordenador de seu programa econômico diga que ele é candidato comprometido com questão fiscal", afirmou o estrategista de renda fixa da GS Research, Renan Sujii.

Outro vetor a puxar os juros para baixo foi o IPCA-15 de julho, que ficou em 0,64%, no piso das estimativas do mercado. Para os analistas, o índice cheio e os preços na abertura reforçam a avaliação de que os efeitos da greve dos caminhoneiros sobre preços de alimentos e combustíveis em junho foram pontuais e não trazem risco ao cumprimento da meta de 4,5% em 2018.

Por fim, também ajuda no recuo das taxas o comportamento muito favorável do dólar, que cai de forma generalizada no exterior. Às 16h28, a moeda à vista no Brasil era cotada a R$ 3,7768 (-1,70%), mas nas mínimas chegou ao patamar de R$ 3,75.

A sessão regular já estava encerrada quando o Ministério do Trabalho divulgou o saldo do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, que surpreendeu ao mostrar fechamento de 661 vagas. A pesquisa do Projeções Broadcast apontava estimativas de criação entre 12 mil a 68,8 mil postos, com mediana de 35 mil vagas.




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