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Igreja Evangélica de Camilópolis, em Santo André, completa 70 anos

Casal que veio de Santos começou a reunir vizinhos em casa para estudos da Bíblia, em 1944

Bianca Barbosa
20/07/2018 | 07:00
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 A ‘vila sem reboco’, como era chamado o bairro Camilópolis, em Santo André, por causa das inúmeras casas nesta condição, foi o destino escolhido pelo presbítero Juvenal Augusto Soares Feliciano e sua família para começar nova vida em meados de 1944. Vindos da cidade litorânea de Santos, sentiram falta de uma igreja evangélica próxima de casa, e por esse motivo resolveram chamar os vizinhos para realizar estudos bíblicos. Segundo o filho do pastor, o aposentado de aprovisionamento Roberto Soares Feliciano, 80 anos, que chegou com apenas 10 na região, “foi o início de uma bela história.”

Aos poucos, os vizinhos divulgaram os estudos, e a casinha de número 721 na Rua do Centro já não comportava mais gente. Um ano depois, compraram uma casa em outra rua para receber melhor os fiéis. “O objetivo era a evangelização de Camilópolis e da cidade de Santo André, além da ação social”, disse Feliciano. Algumas famílias passaram a morar na residência, entre as quais a do consultor de qualidade Maurício Parise, hoje com 77 anos – seus pais trabalhariam como zeladores ali.

“Das melhores lembranças que tenho, a escola bíblica e os passeios à Vila Luzita me marcaram muito”, lembra Parise. Ele recorda que na época, quando tinha por volta de 5 anos, a vila era repleta de chácaras, e os pais levavam as crianças para brincar nos vastos campos depois da escolinha. Ainda hoje, o consultor frequenta a igreja, e contribui evangelizando e dirigindo estudos e cursos, além de emprestar o talento para o coral. “Gosto muito da igreja, um lugar que faz parte da vida.”

A casinha foi demolida e, com ajuda dos fiéis, as famílias construíram o primeiro templo, em julho de 1948. Batizada de Igreja Evangélica Congregacional de Camilópolis, na Rua Santa Isabel, 460, a instituição foi a primeira congregacional do Brasil. Por causa do aumento de seguidores, após 11 anos o segundo templo foi construído e, no fim da década de 1970, a área ao lado foi comprada para servir de centro educacional.

O filho do fundador lembra que, apesar dos poucos recursos das primeiras famílias, a igreja se manteve no caminho do crescimento. “Meu pai aprendeu a ler e escrever em sua Bíblia, sozinho. Nunca frequentou universidade, mesmo assim foi incentivador ao ministério de muitos pastores, mestres em teologia e líderes.”

A empresária Maria Augusta Maciel lembra que conheceu a igreja levada pelo tio, que chegou até ela na década de 1940. “Foi nessa igreja que aprendi a história da bíblia, a amar e respeitar meu próximo”, diz. Para a comemoração dos 70 anos da igreja, um culto de gratidão a Deus e a história da igreja, contada por Feliciano, serão realizados amanhã, a partir das 19h. No domingo, culto e vídeo da história da igreja, além de homenagem às famílias fundadoras, serão apresentados às 18h.




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