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Famílias são retiradas de área no Bom Pastor

Sem ter para onde ir, prometem voltar a ocupar o terreno localizado em bairro de Santo André

Bianca Barbosa
Do Diário do Grande ABC
05/07/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


 Terreno invadido na altura do número 700 da Avenida Bom Pastor, no Jardim Bom Pastor, em Santo André, foi alvo de reintegração de posse, ontem, realizada com apoio da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Municipal). Ao todo, 63 famílias ocupavam o local em barracos de madeira e lona, localizado ao lado do Ribeirão dos Meninos. Houve reunião entre os líderes do movimento e a Secretaria de Habitação e Regularização Fundiária da cidade, dois dias após o início da invasão, que ocorreu no dia 16 de junho.

Em reportagem do Diário do dia 19 de junho, que mostrou a situação no local, a Prefeitura informou por meio de nota que a Pasta havia atendido líderes da ocupação, que se comprometeram a apresentar lista das famílias, para que fossem feitas análise social e encaminhamento a órgãos municipais para verificação de registro no cadastro on-line do Minha Casa, Minha Vida, que está em andamento.

Por outro lado, um dos líderes do movimento, o motorista Luciano Pereira da Silva, 45 anos, estava com a lista em mãos, ontem, e disse que não foram buscá-la, conforme combinado em reunião. “Não recebemos visita de ninguém da assistência social e também não pegaram a lista que pediram para a gente fazer, com nomes, CPFs, número de filhos de cada pessoa aqui do movimento”, relatou.

Disse também que não vão desistir do terreno. “A gente vai invadir de novo, e vamos reivindicar também ajuda do movimento de sem-teto”, falou, sobre o grupo que era independente, mas que agora pretende se juntar ao MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto).

A equipe de reportagem do Diário esteve no local por volta das 12h de ontem, e observou mulheres e crianças em colchões na calçada, enquanto os homens levavam os pertences para fora do terreno. “Ninguém aqui comeu nada, estamos com fome. Eles chegaram sem avisar , por volta das 9h”, disse a estudante Naiara, 13. Como a cozinha foi desmontada, ficaram sem poder cozinhar. Os líderes do movimento buscavam alimentos para saciar a fome, principalmente das mais de 65 crianças, quase todas com menos de 5 anos.

“Ninguém aqui tem para onde ir, só queremos um teto”, disse a desempregada Renata Aparecida Toledo, 30, que está grávida de sete meses. Uma das três gestantes do movimento foi levada às pressas para o hospital, ontem, pouco tempo antes de os policiais e GCMs chegarem. Quando receber alta, também não terá para onde ir.

A equipe do Diário entrou em contato com a Prefeitura para saber o que será feito com as famílias retiradas do terreno. No entanto, não obteve retorno até o fechamento desta edição.

 




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