A moradora de Santo André Luciana Andrade, de 45 anos, comprou duas mesas para computador no site da Casas Bahia em fevereiro de 2016. Os móveis não foram entregues e a cliente solicitou o estorno do valor pago - R$ 756 no boleto, já incluindo o frete. Ela, no entanto, não havia se dado conta até agora de que a quantia já havia sido depositada em conta corrente conforme acordado e procurou a coluna Defesa do Consumidor para ajudá-la a solucionar o caso. O Diário foi atrás, entrou em contato com a empresa e constatou que o reembolso foi, sim, efetuado, pondo fim a mal entendido que durou cerca de dois anos.

As mesas em questão foram adquiridas junto a outras peças de mobiliário – dois guarda-roupas, duas camas e dois colchões. O restante dos itens foi entregue, com cerca de três dias de atraso. “Fiquei dois meses aguardando as mesas que faltavam. Tentei várias vezes fazer contato por telefone. Me falavam para esperar cinco dias que me retornariam, o que nunca aconteceu. Entrei em contato também via Facebook, e-mail e sempre me mandavam aguardar”, lembra Luciana.

A dona de casa optou, por fim, pelo cancelamento do pedido e ressarcimento do valor pago. Luciana teve de comprar novas peças em outra loja, uma vez que faziam parte da reforma do quarto dos filhos. O valor gasto girou em torno de R$ 700 novamente.

Mesmo não tendo se dado conta do ressarcimento, a andreense chegou a dar mais uma chance à marca. “Sou cliente da loja há muito tempo e já havia comprado pela internet. Depois desse episódio, ainda cheguei solicitei um home theater à Casas Bahia e ameacei colocar a empresa na Justiça caso ela não me entregassem logo”, contou.

O Diário entrou em contato com a Casas Bahia para cobrar posicionamento quanto ao caso. No último dia 29 de junho, a empresa retornou informando que identificou no sistema o estorno do valor à consumidora no dia 22 de junho 2016. “Em contato com a cliente ficou acordado aguardar o prazo de 10 dias solicitado pela entidade financeira, devido à data, para localização do comprovante de pagamento, o qual requisitamos ao banco”, disse a empresa, em nota. O estabelecimento havia se comprometido ainda, caso o estorno não fosse localizado pela entidade financeira, a prosseguir o atendimento com a restituição do valor para a cliente, corrigido monetariamente em ordem de pagamento.

Luciana voltou a conversar com a reportagem na última terça-feira (3), quando confirmou que recebeu e-mail da Casas Bahia com o comprovante de depósito em conta feito pela loja. O Diário também teve acesso ao documento que garante que o direito da consumidora foi posto em prática há dois anos.

“Não sei dizer por que razão o valor não aparecia na minha conta. Eu chequei várias vezes naquela época e não constava nenhum depósito nesse valor. Preciso ir agora na agência bancária para saber o que houve. Como eu estava reformando minha casa, meu marido me fazia muitas transferências, então eu acho que no meio dessas movimentações essa quantia deve ter entrado e eu não reparei, na verdade”, confessou Luciana.