Economia Titulo Seu bolso
Conta de luz encarece 15,8% a partir de hoje

Chuvas escassas elevaram custos de geração; além disso, bandeira vermelha 2 continua em vigor

Soraia Abreu Pedrozo
Yara Ferraz
04/07/2018 | 07:13
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Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil


O consumidor deverá preparar o bolso para pagar a próxima conta de luz. A partir de hoje, a Eletropaulo, concessionária que distribui energia elétrica no Grande ABC, está autorizada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a praticar aumento médio de 15,84%. Nas residências, a alta será de 15,08%, enquanto que, nas indústrias, de 17,6%.

Significa que a conta de luz de uma casa que girava em torno de R$ 100, agora deverá subir para R$ 115, considerando exatamente o mesmo consumo.

Todo mês de julho, a concessionária realiza seu reajuste anual, no entanto, no ano passado, para se ter ideia, o aumento médio foi de 5,15%. E a inflação nos 12 meses encerrados em maio – a taxa de junho será divulgada na sexta-feira –, conforme o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula 3,31%.

A justificativa dada para o expressivo aumento é a escassez de chuvas, o que encarece a geração de energia, uma vez que as termelétricas têm de ser acionadas para suprir a redução da atividade hidrelétrica. A Eletropaulo informou, em nota, que custos relacionados com a geração de energia, de 8,9%, não são gerenciáveis pela concessionária. A composição da nova tarifa tem, ainda, 5,1% de encargos setoriais e 1,8% de distribuição, que compete a ela.

O período compreendido para a análise do reajuste foi de julho de 2017 a junho deste ano – o impacto da aquisição de 73,38% das ações da Eletropaulo pela italiana Enel há um mês, no entanto, só terá reflexo em julho de 2019.

Segundo o professor de Ciências Contábeis da Fipecafi George Sales, a falta de chuvas é um problema real. “Não é algo que o setor queira aumentar, é preciso. A questão é que essa correção acontece na hora errada, em um momento mais sensível, ainda de rescaldo da crise econômica, que foi bastante severa”, avalia.

Ele lembra que no governo Dilma Rousseff (2011–2016) os custos de energia elétrica foram represados, o que gerou uma defasagem que o segmento está ajustando agora.

Sales afirma que todos os setores devem sentir este aumento. E que, dependendo do perfil de cada família, o impacto pode ser ainda maior do que 15%. “É preciso lembrar que no inverno há um aumento do consumo de energia elétrica, com banhos quentes e mais demorados, e o acionamento de aquecedores e torneiras elétricas, por exemplo. Além disso, as pessoas costumam ficar mais tempo em casa devido ao frio, e muitas pegam férias neste período”, alerta.

Esse reajuste, conforme o professor, já deve gerar impacto na inflação de julho.

MAIS SALGADO - De acordo com a Aneel, neste mês a bandeira tarifária continua vermelha e no patamar 2, com custo adicional de R$ 5 a cada 100 kWh (quilowatts-hora) consumidos, devido ao cenário de poucas chuvas. 




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