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Pró-impeachment, PP e PSD mantêm fidelidade ao PT na Bahia
01/07/2018 | 18:43
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Enquanto deixa de fora de sua chapa à reeleição partidos de esquerda e tradicionais apoiadores, como PSB e PCdoB, o governador Rui Costa (PT) mantém como aliados PP e PSD, legendas que nacionalmente apoiaram o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Juntas, as legendas foram responsáveis por 67 votos na Câmara dos Deputados e nove no Senado a favor da deposição de Dilma. Na Bahia, contudo, as legendas têm mantido fidelidade ao projeto petista.

Crítico ao uso da palavra "golpe" no discurso petista para se referir ao processo de impeachment - o que inclusive já causou desentendimento público com a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann -Rui Costa tem repetido que é preciso manter "equilíbrio entre vermelhos e azuis" em sua aliança. Ele se refere à composição entre partidos de centro-esquerda e centro-direita na chapa que o elegeu em 2014 e, por duas vezes (em 2006 e em 2010), levou ao Palácio de Ondina seu antecessor no cargo, o ex-ministro Jaques Wagner.

Costa escolheu para compor sua chapa o atual vice-governador do Estado, João Leão (PP), e o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Ângelo Coronel (PSD), que serão, respectivamente, candidatos a vice e a senador na chapa liderada pelo PT baiano - e também contará com o ex-ministro e ex-governador Jaques Wagner (PT) na outra vaga para o Senado. A senadora Lídece da Matta (PSB), que postula a reeleição, ficou de fora da chapa.

"Depois daquela eleição de 2014, em que ninguém acreditava na vitória de Rui contra Paulo Souto (candidato do DEM) e na minha vitória para o Senado contra Geddel (Vieira Lima, então candidato do MDB ), mas nós o apoiamos mesmo assim e fomos até o final, eu, o governador e Leão ficamos muito próximos, muito unidos", afirmou o senador Otto Alencar, que comanda o PSD baiano.

Tanto Alencar quanto Leão foram alçados à política por meio do carlismo - grupo político que durante décadas dominou a política baiana sob o comando do ex-senador Antônio Carlos Magalhães e do qual o PT foi um dos principais opositores. Hoje, porém, Alencar defende fidelidade aos "amigos" , como se refere a Rui e Leão em conversas informais.

Já João Leão diz que "nunca foi direitista" e tem, atualmente, "uma relação pessoal, de confiança e de lealdade" com Costa e Alencar. "Estamos juntos. É uma relação pessoal. Agora eu nunca fui direitista nem do carlismo, eu fiz uma aliança política na época", disse.

Sustentação

Para além da "amizade", PP e PSD garantem ao governador sustentação política ao governador Além da Assembleia Legislativa e da União dos Prefeitos da Bahia, conquistados com apoio do Palácio de Ondina, o PSD ainda comanda as secretarias de Infraestrutura e de Desenvolvimento Urbano. Já o PP tem a secretarias de Planejamento - que já foi acumulada pelo próprio vice-governador - e de Infraestrutura Hídrica e Saneamento. No interior, PSD garante a Costa o apoio de quase 90 prefeitos do PSD e o PP, de 54.

No processo de impeachment, quando as duas legendas votaram majoritariamente contra a então presidente Dilma Rousseff, João Leão e Otto Alencar mantiveram-se fiéis ao PT baiano - contrariando os presidentes nacionais de PP e PSD, Ciro Nogueira e Gilberto Kassab, respectivamente, que foram favoráveis à derrubada da petista da presidência da República e apoiam até hoje o governo Michel Temer.




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