Sistema Anchieta-Imigrantes passará a ter tarifa de R$ 26,20 em suas principais praças
A partir de domingo, os pedágios das rodovias de todo o Estado ficarão mais caros. A Artesp (Agência de Transporte de São Paulo) anunciou, na tarde de ontem, que a média dos reajustes será de 2,85%, valor relativo ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado entre junho de 2017 e maio deste ano.
Com o aumento, as tarifas básicas nas praças principais do SAI (Sistema Anchieta-Imigrantes) serão fixadas em R$ 26,20 para automóveis, o maior valor cobrado em todo o Estado. No caso de caminhões, a quantia será multiplicada pelo número de eixos. Atualmente, o montante cobrado nas cabines do Riacho Grande é de R$ 25,60.
Em razão dos arredondamentos, o reajuste não será repassado para a tarifa paga pelos usuários nas saídas da Rodovia dos Imigrantes para o Centro de Diadema e para o bairro Eldorado. Com isso, o motorista continuará tendo de desembolsar R$ 1,80 e R$ 3,60, respectivamente. No acesso da via ao Batistini, em São Bernardo, o valor cobrado passará de R$ 5,80 para R$ 6.
No trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, onde hoje é cobrado R$ 3,30, o preço básico do pedágio passará para R$ 3,40. No Trecho Leste, será mantido o valor de R$ 2,50.
Embora visto por especialistas como medida legítima prevista nos contratos de concessão, o reajuste anunciado pela Artesp, segundo economistas, deverá impactar de forma negativa no bolso de motoristas e empresas de transporte que utilizam com frequência estradas paulistas.
“Na verdade, o reajuste é um procedimento legal. Porém, num cenário em que a população está com rendimento menor e o reajuste em alta, a tendência é que o novo valor prejudique ainda mais as finanças daqueles motoristas que utilizam as rodovias com certa frequência”, opina o engenheiro de tráfego e especialista em trânsito Humberto Pullin.
A análise do especialista pode ser exemplificada pelo aumento de 495% no valor do pedágio do Sistema Anchieta-Imigrantes nas últimas duas décadas. Em 1998, início da concessão, a tarifa custava R$ 4,40. Desde então, o País passou por série de oscilações em sua economia.
“É óbvio que, em contrapartida, a concessão auxilia na melhoria da estrada, porém, o valor tem encarecido muito, inclusive, pode ter, no próximo ano, preço ainda maior, tendo em vista a isenção da cobrança de tarifa de pedágio para eixo elevado dos caminhões após a greve do último mês”, afirma Pullin. “O rendimento da população, no entanto, não tem caminhado da mesma forma”, completa.
Na tentativa de buscar equilíbrio na concessão de rodovias, especialistas destacam a necessidade de o poder público acompanhar e fiscalizar o cumprimento de metas estabelecidas em contrato. “A sociedade civil e os governantes devem cobrar os investimentos previstos em contrato, ou seja, uso correto do valor parcial arrecadado com o pedágio em melhorias no sistema”, salienta o economista Ricardo Balistiero, também coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia.
Atualmente, a fiscalização é realizada por agentes da Artesp. Em fevereiro, o órgão chegou a autuar a Ecovias – concessionária responsável pelo SAI – por problemas no funcionamento de 34 de um total de 285 telefones call box disponíveis na Anchieta e na Imigrantes. Em dezembro, o Diário já havia denunciado o problema.
OUTRO LADO
Segundo a Artesp, desde 1998, início das concessões em São Paulo, o reajuste é aplicado todo dia 1º de julho, data estipulada nos contratos de 19 concessionárias de rodovias paulistas. De lá para cá, a receita dos pedágios viabilizou R$ 100 bilhões em obras.
Somente no Sistema Anchieta-Imigrantes, segundo a Ecovias, foram empenhados R$ 8,5 bilhões em investimentos em serviços.
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