Política Titulo Editorial
Em Diadema, de novo
Do Diário do Grande ABC
15/06/2018 | 09:36
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Tem coisas que só acontecem em Diadema. Pouco tempo atrás (em fevereiro), o prefeito da cidade, Lauro Michels, foi à Justiça contra a Prefeitura que ele dirige. A intenção era cobrar 13º salário e férias retroativas e não pagas. O valor pedido aos cofres públicos chegava à casa dos R$ 70 mil. Para completar o pacote, ainda requereu o direito da Justiça gratuita, benefício concedido a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Agora, mais uma incoerência do nobre alcaide. Após alegação de que não havia dinheiro em caixa para arcar com o reajuste ao funcionalismo público, em razão da dificuldade financeira enfrentada pelo município, ele articula na Câmara projeto para reajustar o próprio salário em 7,02%. Na esteira, seu vice e os secretários também seriam beneficiados.

Se aprovada tal benevolência, o prefeito passará a ganhar R$ 22.317,77. Seu vice, R$ 11.158,88 e os titulares das secretarias, R$ 11.272,68. No total, o impacto aos cofres municipais chegaria a R$ 212,7 mil.

As discussões tiveram início e o principal argumento em favor da elevação seria a possibilidade de melhorar os contracheques de categorias que estão com os salários defasados, como médicos e procuradores. A Lei Orgânica do Município limita o teto salarial ao valor recebido pelo chefe do Executivo. E, além disso, permite que agentes políticos tenham os mesmos reajustes que os demais funcionários da administração municipal.

Pode até ser legal, mas não é atitude das mais simpáticas. Principalmente porque a maioria dos servidores ganha bem menos que os R$ 20.853,83 que hoje são destinados ao prefeito. E eles não têm o poder de legislar em causa própria. Por isso, ficam dependentes de negociações de classe.

O assunto ainda vai render muito. E tem chance de aprovação. Até porque pode contemplar os nobres parlamentares. Aliás, é bom que eles reflitam um pouco sobre isso, pois há três anos a pressão popular resultou em recuo e cancelamento de generoso aumento com o qual os ocupantes da Casa de Leis haviam se presenteado. 




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