Tão importante quanto um riff certeiro de guitarra ou um refrão pegajoso que levanta o público de qualquer estádio, a fotografia ocupa espaço fundamental na história do rock. Por conta disso, não faltam exemplos de profissionais que sintetizam em polaróides a proposta estética de um artista. Entre os mais conhecidos estão Anton Corbijn, que mantém uma relação quase simbiótica com a banda U2, e Penny Smith, responsável pela concepção visual do The Clash.
A versão nacional dessas parcerias pode ser conferida no livro de fotografias dos Paralamas do Sucesso (Senac Rio/Jaboticaba, 240 págs., R$ 90 em média). Produzida pelo fotógrafo, radialista e DJ carioca Maurício Valladares, a obra contém cerca de 250 imagens que registram 25 anos de atividade da banda, desde a primeira fita demo, até shows da turnê de seu mais recente disco, Hoje, de 2005.
Valladares conheceu a trupe do cantor e guitarrista Herbert Vianna em 1982, quando comandava o Rock Alive, na lendária rádio Fluminense FM, programa que deu espaço para muitos músicos iniciantes da efervescente cena roqueira. Foi com o apoio da emissora, conhecida popularmente como ‘Maldita’, que o primeiro hit do grupo, Vital e sua Moto, começou a chamar a atenção.
Desde então, os Paralamas lançaram 17 álbuns, se firmaram como um dos sobreviventes de sua geração e preservaram uma posição privilegiada no mercado fonográfico latino-americano. Toda essa trajetória foi acompanhada pelas lentes de Valladares, que capturaram descontração nos bastidores, shows e ensaios para capas de discos.
“Fotografar os Paralamas sempre foi muito prazeroso. No início, eu viajava muito com eles, para todos os lugares do Brasil. Felizmente, a gente fez imagens que se tornaram históricas. Na época do Selvagem? (disco lançado em 1986 e que consolidou o êxito da banda), eu já tinha consciência de que era um negócio muito importante na música brasileira, pela união que eles demonstravam e pela qualidade artística”, afirma Valladares.
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