Você provavelmente já ouviu falar das empresas exponenciais. Uber, AirBnB e Tesla são algumas das mais conhecidas. Elas surgiram a partir do momento em que o uso da tecnologia foi aplicado no modelo de negócios de forma disruptiva. Não é o que chamamos de melhoria incremental do negócio. Por exemplo, se você emprega um robô numa fábrica, você não mudou o processo produtivo, apenas deixou ele mais rápido, preciso, deixou mais pontos de controle. Quando se cria um Uber, por exemplo, conecta-se o cliente final à necessidade dele de uma maneira nunca antes vista.
E por que as pessoas antes não pegavam carona? Elas tinham receio, ou o carro não estava muito perto, então usavam o táxi, que nem sempre estava aí. Definitivamente elas tinham uma necessidade que não era atendida. Quando se criou um software que conecta a pessoa com alguém que quer levá-la, com forma de pagamento estipulada, tudo em um aplicativo, conseguimos mudar o modelo de negócios. Você não precisa mais do táxi, pois onde estiver, com geolocalização, você consegue chamar alguém para te levar a outro ponto.
É isso que chamamos de tecnologia aplicada ao modelo de negócios, um modelo desruptivo, que não existia antes e que pode ser escalado. É algo que não se usa apenas em um lugar. Não é como abrir um restaurante: mesmo que você lance mão de filiais, você não está se espalhando no mundo em uma velocidade muito grande. Quando se faz algo com tecnologia atribuída neste formato, você escala. Existem ainda muitas demandas que não são atendidas com os modelos atuais de negócio, por isso, ainda há muita coisa para surgir neste sentido.
As empresas exponenciais se comportam movimentando a tecnologia a serviço de uma demanda existente. Em geral, essas empresas desintermedeiam processos. Por exemplo, novamente quando falamos do Uber. Antes se tinha o dono do carro, o taxista, uma empresa que pedia o táxi... olha quanta gente que ganhava dinheiro no processo. Quando você pega quem está precisando e realmente quem vai receber e conecta as duas partes diretamente, com um custo relativamente baixo do aplicativo, você desintermediou os processos. Outro exemplo: pagamentos diretamente pelo celular: outros meios de pagamento como o cartão de crédito e o banco saem do jogo. A pessoa não precisa ir ao banco, ela pode pagar direto no celular. Nestes casos, consegue-se baratear o custo e, como isso é feito com tecnologia e escala, o preço fica menor ainda.
Elas usam a tecnologia a serviço de pessoas físicas. Getninjas, por exemplo, é um aplicativo que vincula alguém que quer fornecer um trabalho para sua casa com quem quer contratar. Nesse caso, saem do processo a agência de emprego, os processos seletivos, e coloca-se quem quer o trabalho e quem quer trabalhar juntos, na mesma plataforma. Nestes casos, as avaliações dos serviços são muito importantes. Por isso, em geral, as empresas exponenciais ouvem muito o cliente para poderem garantir a segurança e a confiança do público.
O impacto na economia dessas empresas está em mudar a forma como as coisas acontecem. Nos próximos anos, muitas das coisas como conhecemos hoje vão desaparecer, e muitas outras coisas vão surgir. Coisas que eram muito caras passam a custar mais barato. Hotel, por exemplo, era algo muito caro. Quando surgiu o AirBnB, alterou-se o modelo de negócios e isso claramente mexe com a economia. Há mais ofertas e, se tem demanda, há mais giro do capital na economia.
Ainda temos um longo processo de mudança de mindset pela frente, das pessoas toparem esses serviços. Mas como o custo realmente compensa, muita gente tem experimentado, e quem experimenta gosta. A medida em que temos mais oferta feitas por organizações exponenciais, elas vão se tornando cada vez mais comuns no mercado.
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