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Viadutos seguem em situação precária

Falta de verba para manutenção dos equipamentos colabora para a piora de problemas estruturais

Juliana Stern
Especial para o Diário
11/06/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Equipamentos de Mobilidade Urbana complexos, como os viadutos, necessitam de inspeções rotineiras para mapeamento de danos estruturais devido ao uso constante. Segundo especialistas, tais inspeções devem ser feitas anualmente, regularidade que não é acompanhada pelas prefeituras do Grande ABC. De dezembro do ano passado – data em que o Diário denunciou a situação precária das estruturas – para cá, não foram constatadas melhorias. Os espaços continuam com afastamento das vigas, infiltrações, buracos e ondulações, além de sujeira e bueiros obstruídos.

O Viaduto Adib Chammas, em Santo André, apresenta problemas de infiltração. Além disso, degrau se formou na chegada à Avenida dos Estados. O equipamento recebeu a última intervenção estrutural em 2010, quando ficou interditado por 83 dias – o que provocou transtornos no trânsito. “Esse degrau faz os carros derraparem, principalmente quando chove”, destaca o ambulante Thiago Roque, 29 anos.

Também em Santo André, o Viaduto Presidente Castelo Branco concentra situação mais precária. As calçadas estão esburacadas e os guarda-corpos, danificados e enferrujados. O local recebeu intervenção estrutural entre 2006, 2007 e 2012, tendo sido objeto de inspeção e elaboração de laudo técnico em 2015, segundo a Prefeitura. “É difícil se locomover, principalmente se o pedestre tem alguma limitação”, comenta o comissário e morador do bairro Utinga Márcio Rodrigues, 38.

Em Mauá, o guarda-corpos do viaduto da Avenida Papa João XXIII está quebrado em algumas partes, deixando a sustentação à mostra, além de colecionar buracos no asfalto. Falhas no pavimento também são presentes nos viadutos Independência, em São Caetano, e Kenzo Uemura, em São Bernardo. Este último, no entanto, é o mais bem conservado em relação à pintura e à limpeza.

A necessidade de intervenções não escapa às Prefeituras. Há conhecimento da necessidade de mapeamento e de inspeções. O problema é a falta de recursos. Segundo a Prefeitura de Santo André, a recuperação do Viaduto Castelo Branco requer R$ 17,1 milhões. Já no caso do Adib Chammas, a ampliação de sua capacidade aguarda recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

O ideal, segundo a engenheira Fabiana Albano, do Ibape-SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Pericias de Engenharia de São Paulo), é que sejam feitas inspeções rotineiras, com análise visual e de alterações, para a elaboração de plano de manutenção. “A falta de manutenção acarreta diminuição da vida útil da estrutura ou mesmo a perda de sua funcionalidade. Aquelas que não passam por conservação estão sujeitas à falta de solidez e de segurança.”

São Bernardo promete realizar, em breve, mapeamento dos 20 viadutos, pontilhões e passarelas para a tomada de medidas cabíveis. As demais prefeituras não se pronunciaram até o fechamento desta edição.




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