Política Titulo Rompimento
'Vou defender realinhamento com França', projeta Cicote

Avante deixou aliança do governador; dirigente da Câmara de Sto.André fala em reabrir diálogo

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/06/2018 | 07:10
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Claudinei Plaza/DGABC


Um dia depois de o Avante anunciar rompimento do arco de alianças do governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Márcio França (PSB), o presidente da Câmara de Santo André, vereador Almir Cicote (Avante), principal nome da legenda no Grande ABC e que postulará vaga de deputado estadual no pleito de outubro, defende “realinhamento” político com o atual chefe do Palácio dos Bandeirantes. “Eu, particularmente, continuo defendendo que o Avante permaneça nas fileiras do PSB. Teremos encontro na executiva (estadual) entre segunda e terça-feira para reabrir esse diálogo.”

Cicote fazia parte dos quadros do PSB até abril e migrou para o Avante com objetivo de abrigar campanha à Assembleia Legislativa. Ele classificou que França tem “habilidade e grande possibilidade de continuar no cargo de governador do Estado”. “Estou trabalhando para que haja esse realinhamento. Falei isso ao próprio Márcio”, disse, ao avaliar que o ex-correligionário enfrentou momento crítico ao passar por greve dos caminhoneiros. “Fiquei sabendo que houve contratempos com o responsável pela articulação do PSB. E, com essa dificuldade, resolveram se afastar para poder conversar com os outros pré-candidatos.”

O parlamentar participará de reunião com Pedro Mori, ex-vice-prefeito de Santana de Parnaíba, que compõe a executiva paulista do PSB. Foi cogitada, nos bastidores, eventual aproximação com o PSDB, que lançará o ex-prefeito da Capital João Doria no pleito.

O acordo do Avante com França havia sido firmado em março. Em carta sobre a ruptura, o presidente paulista do Avante, Josué Tavares, sustentou que a partir de avaliações internas a sigla “não mais apoiará Márcio França ao cargo de governador, e que, em breve, será convocada reunião da executiva para decidir a tática eleitoral e a política de alianças”. Na nota, no entanto, a legenda não justificou as razões do desligamento. Por telefone ontem, Tavares falou em desgaste que vem de 60 dias nas tratativas de agenda. “A situação (do impasse) não é de agora. Mais o governador que deixou de caminhar com o Avante do que o Avante deixou de caminhar com o governador.”

Pré-candidato a estadual, o presidente da Câmara de Diadema, Marcos Michels (PSB), pontuou que o momento eleitoral “não é muito bom”. Segundo ele, o cenário está bagunçado e não dá para descartar que o período de Copa do Mundo possa desencadear outro panorama ao pleito. “Existem três ou quatro projetos (majoritários) e quem está fora vai tentar acertar. Estão em cima do muro e esperando o tiro certo. Avante pode ter analisado que não estava no caminho adequado para eles. PSB, PPS, PSC e PV, isso de uma forma é grupo forte, de outra forma desagrada outros candidatos.” (Colaborou Humberto Domiciano)

Presidente nega acerto com o PSDB

Presidente paulista do Avante, Josué Tavares rechaçou que exista acerto por aliança com a pré-candidatura de João Doria ao governo de São Paulo. O dirigente pontuou que o rompimento “ainda é muito recente”. “Não começamos (tratativas) com outros partidos. Não houve (conversas) nem com o PSDB, do Doria, nem com o MDB, de Paulo Skaf (ex-presidente da Fiesp), nem com o PT, do (ex-prefeito de São Bernardo) Luiz Marinho. Vamos sentar e reavaliar”, alegou. A convenção da sigla está agendada para ocorrer no dia 21 de julho.

A proposta da cúpula do Avante é concorrer no processo eleitoral com chapa própria, sem composição na proporcional. São, ao todo, 141 nomes a estadual e 99 a federal no páreo. “Temos, na realidade, mais candidatos do que vagas. Muitos desses quadros (da lista de pleiteantes) já testados nas urnas. Faremos uma triagem neste período. Essa definição será feita, provavelmente, no fim de junho. Por isso, estamos estudando o cenário”, assinalou Tavares.

Pré-candidato a estadual, o vereador andreense Almir Cicote sinalizou que, com a concretização da chapa completa, ficou definido durante as conversas internas no partido (antigo PTdoB) de que “não teria coligação na proporcional”. “Esse problema não temos no Avante do ponto de vista do número de candidatos. São 240 (postulantes) que farão campanha na rua.”

O mandatário da agremiação falou que a projeção da sigla na empreitada é eleger, ao menos, três deputados estaduais e dois federais. Atualmente, o partido tem apenas um representante na Assembleia Legislativa, com Clélia Gomes, com base na Capital. E não possui cadeira por São Paulo na Câmara Federal.  




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