Cantora do Pato Fu apresenta disco solo com 13 releituras de Tom Jobim
A relação de Fernanda Takai com a bossa nova começou como a de muita gente, como ouvinte, quando era criança, pouco mais de duas décadas depois do surgimento dessa linguagem musical. De lá para cá só fortaleceu sua paixão. E entre os compositores que despertaram seu interesse está Tom Jobim (1927-1994).
Agora, anos depois de ter escutado por tantas vezes o álbum Wave, de Tom, na fita K7 de seu pai, Fernanda coloca todo esse amor pela bossa em um caldeirão sonoro, cujo resultado pode ser conferido no disco O Tom da Takai (Deck, R$ 25, em média).
O trabalho ganha vida ilustrado por releituras de algumas das primeiras canções de Tom. Entre as faixas pinceladas estão Bonita, Olha Pro Céu, Só Saudade e Esquecendo Você. Para a empreitada, Fernanda teve ao seu lado dois nomes consagrados da música brasileira: Roberto Menescal e Marcos Valle, que assinam produção e arranjos.
A artista conta que pensa nesse projeto desde o início do ciclo de shows dos quais participou em homenagem aos 80 anos de Menescal, em 2017. Após vários espetáculos, sendo que seis deles foram junto de Marcos Valle, os três começaram a colocar em prática a ideia de um disco. “Havia canções do Tom no espetáculo e isso puxou o conteúdo”, explica.
Ouve-se bossa nova no mundo inteiro, há 60 anos, reforça Fernanda. Para ela, essa linguagem musical ainda tem muita força e material que merece ser sempre multiplicado. “Minha intenção é dar voz a canções de um compositor que sempre mostrou nossas paisagens, povo e sentimentos em sua obra.”
Fernanda conta que para a escolha do repertório, pediu ao Marcos e Menescal, que conhecem profundamente a obra do Tom, que lhe indicassem algumas músicas que ainda não tinham sido redescobertas por um intérprete mais atual. “A maioria absoluta eu conhecia, só não tinha ouvido muito”, explica.
Para Fernanda, Tom Jobim sempre pareceu ser um compositor que soube fazer como ninguém a ponte entre o erudito e o popular. “O maestro conquistava a todos pela excelência de suas músicas e por sua figura doce”, acrescenta. Ao resgatar o material de um Tom Jobim ainda jovem, ela nota com clareza “como ele gostava de se misturar, de construir parcerias diferentes, e como era elegante na construção de suas canções, desde os primeiros tempos. Tinha uma grande maturidade musical e produziu muito material.”
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