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Vice-prefeito: um cargo só de expectativa
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
20/01/2008 | 07:00
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Eles assumem fazendo juras de amor aos prefeitos, dizem que estão à disposição para colaborar, que desejam somar, entre outros dengos. Mas, na verdade, o que os vice-prefeitos querem é ocupar a cadeira do titular do Paço Municipal.

Mas o fato de ser o número dois da Prefeitura não significa necessariamente ser o sucessor natural do chefe do Executivo na eleição seguinte. Pelo contrário: na maioria das vezes, o vice é preterido.

Dos três prefeitos do Grande ABC que não poderão disputar a reeleição em outubro – William Dib (PSB-São Bernardo), José de Filippi Júnior (PT-Diadema) e João Avamileno (PT-Santo André) –, nenhum escolheu, por motivos distintos, seu vice para disputar a sucessão.

Para o professor da Fundação Santo André e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Marco Antônio Carvalho Teixeira, a vaga de vice é considerada, de uma forma geral, uma espécie de “prêmio de consolação”.

A vice de Rio Grande da Serra e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Helenice Arruda (PTB), espera contar com o apoio do prefeito Adler Kiko Teixeira (PSDB), em 2012. “Farei tudo para ser a indicada pelo grupo que hoje comanda a cidade como candidata a prefeita daqui a quatro anos. Espero contar com o apoio do prefeito, mas afirmo que serei candidata mesmo que isso não aconteça”, avisa.

Em outubro, a petebista formará novamente chapa com Kiko.

Para Jorge Mitidiero (PR), vice-prefeito e secretário da Saúde de Ribeirão Pires, ser o indicado do prefeito pode ser um mau negócio. “Tudo de bom que é feito na cidade é o prefeito que faz. O vice carrega o ônus, enquanto que o prefeito fica com a glória. A história recente mostra que o vice que disputa a sucessão não leva.”

O caso do vice-prefeito de São Bernardo, José Roberto de Melo (PTB) é sui generis: além de ser excluído da discussão sobre a escolha do candidato governista à sucessão de William Dib (PSB), rompeu com o governo e engrossou a oposição. “O que me chateou foi a forma como o processo foi conduzido. Eu aceitaria não ser o escolhido, mas me deixaram de fora da discussão. Isso eu não aceito”, explica.

Apesar de ter sido eleito duas vezes vice-prefeito de Diadema, ao lado de Filippi, em 2000 e 2004, o petista Joel Fonseca tentará um vaga de vereador, já que o escolhido foi o deputado estadual Mário Reali (PT).

A vice de Santo André Ivete Garcia (PT) tentou ser a candidata, mas perdeu na prévia para o deputado estadual Vanderlei Siraque. A vice de Mauá Leni Walendy (PSDC) pode disputar a Prefeitura já neste ano, mas não com o apoio do atual detentor do cargo, Leonel Damo (PV).

Em São Caetano, Walter Figueira Júnior (PTB) ainda tenta viabilizar seu nome para formar novamente chapa com José Auricchio Júnior (PTB), mas não está entre os favoritos na bolsa de apostas.



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