Economia Titulo Paralisação
Acordo determina suspensão da greve dos caminhoneiros

No entanto, categoria que está paralisando o Grande ABC não considera a minuta suficiente

Por Flavia Kurotori
Especial para o Diário
25/05/2018 | 07:25
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André Henriques/DGABC


O acordo entre caminhoneiros e governo suspende greve da categoria por 15 dias, quando nova reunião entre as partes será realizada. Entretanto, motoristas do Grande ABC planejam continuar paralisados no Rodoanel, a partir do Km 72, até que medida efetiva, como o corte do PIS/Cofins do combustível, seja anunciada oficialmente.

Dentre os pontos definidos estão a redução de 10% no preço do diesel, que ficará fixo por 30 dias a R$ 2,10 nas refinarias. O custo extra da primeira quinzena será de responsabilidade da Petrobras e, o dos 15 dias restantes, arcado pela União como compensação à companhia. Nos próximos meses, o valor do combustível será reajustado a cada 30 dias segundo a política de preços da estatal, permanecendo fixo por mais um mês e assim por diante.

A categoria, por sua vez, afirma que esta definição não foi suficiente, dado que a parte custeada pelo governo sai do bolso da população. “Até publicarem medida no Diário Oficial da União que deixe o diesel, de fato, mais em conta, nós continuaremos paralisados”, alega Denivaldo Santos, o Dede, 38 anos, caminhoneiro há 20, que participa do movimento no Rodoanel.

Segundo Jaime Ferreira dos Santos, presidente do Sinaceg (Sindicato Nacional dos Cegonheiros), que participou da reunião em Brasília, a proposta será apresentada hoje aos cegonheiros em São Bernardo, mas ele acredita na continuidade da greve. “Faltaram pontos cruciais: a redução efetiva do diesel, a garantia da isenção do PIS/Cofins no combustível e a definição da tabela do preço mínimo do frete.” Na quarta-feira, o projeto que suspende cobrança do imposto até o fim deste ano foi aprovado na Câmara. Para vigorar, a minuta precisa passar pelo Senado, o que será votado hoje, em sessão extraordinária.

O documento também assegura isenção da Cide sobre o combustível até o fim de 2018, sob custo de R$ 3 bilhões, que reduz R$ 0,05 o litro do diesel. Outras reivindicações, tais como reeditar a tabela de referência de fretes a cada três meses, a partir de 1º de junho, e isenção de pedágio para caminhões vazios em estradas federais, também foram atendidas.

Ontem a AGU (Advocacia-Geral da União) divulgou liminar que veta obstrução de rodovias federais em São Paulo, sob multa diária de R$ 50 mil, contudo, o acordo diz que ações judiciais contrárias ao movimento serão extintas e multas, aplicadas aos motoristas em decorrência do movimento serão negociadas.

A paralisação do setor gerou impactos em todo País. Os postos não receberam carregamento. Três aeroportos – São José dos Campos (São Paulo), Ilhéus (na Bahia) e Carajás (Pará) – estão sem combustível para manutenção dos pousos e decolagens. Congonhas possui querosene suficiente para hoje, uma vez que ontem recebeu 12 caminhões de combustível, escoltados até o local, após manhã com voos cancelados. Em Cumbica não há problemas, pois o abastecimento é feito por dutos.
 




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