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Música com ‘cheiro’ de mato

Cantor e compositor Chico Teixeira lança disco ao vivo com clássicos caipiras

Vinícius Castelli
23/05/2018 | 07:00
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Rita Araújo/Divulgação


Acordes que parecem brisa no rosto e harmonias capazes de transportar o ouvinte a um universo de mata, com cheiro de café fresco e terra molhada. A arte é capaz desses feitos. E o cantor e compositor Chico Teixeira acerta o alvo em cheio em seu novo trabalho, Raízes Sertanejas Ao Vivo (Kuarup, R$ 26,90, em média), que acaba de ganhar vida.

Filho do artista Renato Teixeira, Chico nasceu e cresceu rodeado por música da roça, caipira, do Interior. E essa formação musical borbulha no registro feito ao vivo no Auditório Ibirapuera, em São Paulo. O disco, quarto de sua discografia, é ilustrado por dez composições, algumas autorais, como Chama da Floresta, e releituras, caso de Ventania, de Geraldo Vandré, e Eu Apenas Queria Que Você Soubesse, de Gonzaguinha, por exemplo.

“Já vinha tocando essas músicas em outros projetos, acrescentei uma ou outra e fomos amadurecendo no palco mesmo. Mas esse é uma apanhado da minha vida também, então acho que ensaiei mais de 30 anos para esse show”, conta Chico, ao Diário. Ele explica que o repertório trata da musica do Interior, do ‘pé de barro’, da roça. “E fala do interior da gente também, então às vezes essa viagem está mais perto do que a gente imagina. Gosto da coerência, cantar essa atmosfera dos interiores me deixa superconfortável”, explica o cantor.

O artista explica que são músicas que emocionam e que, de alguma forma, estão ligadas à sua vida. “Música é vibração, harmonia, tem que nos tocar de algum jeito, seja na emoção ou na reflexão, ou até mesmo fazer com que a gente se levante da cadeira para dançar e celebrar a vida.”

Chico explica que as canções gravadas no disco – primeiro de releituras –, para ele, representam a cultura popular brasileira. “Cuitelinho (faixa que abre o disco) tem mais de 150 anos, perceba quantas gerações já ouviram essa canção. São músicas perenes”, diz.

O artista aproveita para convidar seu pai para participar do show na canção Aprendendo a Viver. Parceria emocionante, aliás. “Quem me levou para o palco, na verdade, foi ele. Toquei na banda dele por mais de 15 anos, viajei o Brasil todo e aprendi a me comportar na estrada. É uma sensação muito prazerosa e divertida cantar com meu pai, sempre”, diz.

Outro convidado é Sérgio Reis, em Boiadeiro Errante. “É um artista muito bem definido, aonde ele chega, um ‘pedação’ do Brasil chega junto. O Sérgio era um dos amigos de meu pai que frequentavam nossa casa, lembro do ‘Serjão’ com garfo e faca na mão preparando uma costela. A música dele já estava presente na minha vida e nem sei direito por onde.” 




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