O Brasil reafirmou seu reinado no vôlei mundial masculino ao conquistar o título do Campeonato Mundial do Japão-2006, pela segunda vez consecutiva, com uma vitória sobre a seleção da Polônia por três sets a zero, com parciais de 25-12, 25-22 e 25-17, na final do torneio disputada neste domingo em Tóquio.

Nos últimos quatro anos, os brasileiros ganharam dois campeonatos mundiais, o ouro olímpico em Atenas-2004 e as quatro últimas edições da Liga Mundial, além da Copa do Mundo de 2003. A equipe dos sonhos do Brasil ainda pode dar prosseguimento à incrível série de triunfos nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Uma nova medalha de ouro transformará a seleção brasileira na melhor de todos os tempos.

Só existem três precedentes de façanha semelhante na história do voleibol: a antiga União Soviética, duas vezes, entre 1960 e 1964 e entre 1978 e 1982, e os Estados Unidos entre 1984 e 1988, quando ainda não existia a Liga Mundial.

Os brasileiros não deram qualquer oportunidade aos poloneses, que pareciam petrificados na quadra diante da importância do duelo, que não sonhavam disputar há apenas 15 dias.

"A equipe melhorou ao longo do campeonato. O espírito de luta voltou pouco a pouco. Jogamos a fase final com muita energia e concentração, Agora me pergunto se seremos capazes de voltar a ganhar", disse o técnico do Brasil, Bernardinho.

Em um ambiente de festa no ginásio, todos os jogadores brasileiros fizeram uma apresentação quase perfeita, com um Ricardinho muito inspirado, talvez um pouco acima de seus companheiros. Seu desempenho desequilibrou totalmente os poloneses, atônitos apesar de sua grande estatura.

André Nascimento se destacou no ataque, como Giba, que justificou a escolha de melhor jogador do mundo durante todo o torneio japonês.

A Polônia, por sua vez, foi favorecida pelo sorteio que definiu os grupos da competição, da qual foi a grande surpresa e sensação ao ganhar todos os jogos das primeira e segunda fase e a semifinal contra a poderosa Bulgária, contra todos os prognósticos.

Os poloneses, ao contrário dos brasileiros que perderam para a França na primeira fase, chegaram invictos à final, mas com a má sorte de terem ficado sem seu líbero, Piotr Gacek, que tinha sofrido uma entorse no tornozelo. O defensor iniciou a partida contra o Brasil, mas foi substituído antes do término do primeiro set.

"A equipe do Brasil é como uma família. Vou dividir a metade de meu prêmio como melhor jogador do mundial com os outros jogadores, porque sem eles jamais teria alcançado esse prêmio. Penso que Ricardinho merecia também o título de melhor levantador", declarou o laureado Giba, considerado o melhor do mundo na atualidade.

Apesar de terem perdido sem contestações a final, os poloneses, com jovens como Michal Winiarski e Mariusz Wlazly, podem aspirar à reedição de um passado glorioso, quando o país conquistou o Mundial de 1974 e a medalha de ouro dos Jogos Olímpico de Montreal-1976.

"Considero que a do Brasil é a melhor equipe da história, a mais forte que já vi joga em minha vida. Nós fizemos uma má partida, não fomos capazes de jogar nosso melhor voleibol diante de uma equipe acostumada a lutar pelo título", declarou o argentino Raúl Lozano, técnico da Polônia.