Política Titulo Editorial
Ruas violentas
Do Diário do Grande ABC
16/05/2018 | 11:34
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Causa extremo espanto na sociedade andreense a frequência com que a cidade registra episódios de violência entre moradores de rua. Ontem, o município contabilizou a quarta vítima fatal neste tipo de ocorrência em apenas nove meses. Homem que aguardava para almoçar em restaurante popular no Centro se desentendeu com colega por causa do lugar na fila e acabou assassinado com três facadas. É lamentável que vidas se percam por motivação tão fútil sem que ninguém se compadeça da situação.

Diante de tantos casos com desfechos trágicos, é de se perguntar o que tem feito a Secretaria de Cidadania e Assistência Social para estancar a violência. Necessário lembrar que, entre as tantas atribuições da Pasta, está a de garantir a proteção social da “população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza e da fragilização dos vínculos afetivos e comunitários”.

A onda de violência entre os sem-teto andreenses começou em 28 de agosto do ano passado, quando dois moradores de rua foram assassinados a golpes de barra de ferro enquanto dormiam. Em 5 de janeiro, um outro homem que vivia nas ruas de Santo André teve o corpo queimado e morreu três dias depois, no hospital. Apesar das ocorrências, se desconhece a adoção de qualquer política pública destinada a pacificar as ruas.

Sabe-se das dificuldades enfrentadas pelos agentes sociais na execução do serviço assistencial. Boa parte dos moradores de rua recusa qualquer tipo de auxílio e deve ter seu desejo respeitado – a Constituição da República, aliás, garante o direito de ficar perambulando pela cidade. Todavia, há muito a se fazer, especialmente a promoção de campanhas de conscientização contra o uso indiscriminado de álcool e drogas ilícitas, origem de praticamente todos os crimes cometidos entre mendigos.

A quarta morte de morador de rua em menos de um ano escancara incômoda realidade em Santo André e obriga as autoridades a buscar solução imediata para o problema. A cidade precisa de paz. 




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