Política Titulo Operação Prato Feito
Justiça Federal mantém prisão de Atila Jacomussi

Detidos há dois dias pela PF, prefeito de Mauá e secretário esperam decisão do TRF-3

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
11/05/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


A 1ª Vara Criminal da Justiça Federal de São Paulo decidiu ontem manter a prisão do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e do secretário João Gaspar (PCdoB, Governo), detidos em flagrante na quarta-feira pela PF (Polícia Federal) por suspeita de lavagem de dinheiro. Na casa do chefe do Executivo, a polícia encontrou R$ 87 mil, enquanto que na residência de Gaspar foram descobertos R$ 588,4 mil, em espécie.

Levados no âmbito da Operação Prato Feito, que investiga desvios de dinheiro e fraudes em contratos da merenda e material escolares, Atila e Gaspar passaram a segunda noite consecutiva na sede da PF, na Lapa, em São Paulo. O que a defesa do prefeito esperava era que o socialista fosse liberado na tarde de ontem, após audiência de custódia dele e do secretário. Ocorre que, pelo fato de Atila ter foro privilegiado por ser chefe de Executivo, a juíza que conduziu a audiência remeteu a decisão sobre a manutenção das duas detenções à segunda instância, no TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região). Gaspar não goza de foro especial, mas também teve o caso transferido ao órgão.

Além de Atila e de Gaspar, estiveram ontem na Justiça Federal, localizada na região da Bela Vista, integrantes do núcleo duro do Paço, como Israel Aleixo (PSB), superintendente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) e braço direito do prefeito. “O Atila está tranquilo.” Com a manutenção da detenção, a dupla retornou à sede da PF. A defesa do prefeito deixou o local da audiência por volta das 18h40 com a esperança de que o TRF-3 tomasse alguma decisão favorável a Atila ainda ontem. O Diário apurou que o julgamento da soltura de Atila, possivelmente um habeas corpus, está nas mãos do desembargador federal Maurício Kato. Por volta das 20h de ontem, nenhuma decisão havia sido tomada. O processo está tramitando em segredo de Justiça.

DEFESA
Ao Diário, o advogado de Atila, Daniel Bialski, afirmou que o prefeito nega ter cometido irregularidades. Sobre o valor encontrado pela PF na casa de Atila, sustenta que o montante é oriundo de recebimento de aluguéis, somado ao seu salário como prefeito (R$ 18,5 mil) e à pensão por morte da ex-mulher recebida mensalmente pelo filho, de R$ 5.000. “Ele (Atila) tem nove imóveis locados. A maioria das pessoas (inquilinas) paga as locações em dinheiro, algumas vezes em cheque e outras em depósitos. Esse dinheiro ele guarda para uma necessidade, para uma urgência, viagem. Esse dinheiro ele ia entregando para a esposa (Andreia Rolin Rios, secretária das Mulheres)”, alegou Bialski. “Se você juntar três meses, nem isso, se você pegar o salário dele, o salário dela (Andreia) e os aluguéis, com esse dinheiro sacado, já dá quase R$ 70 (mil) a R$ 80 mil”, emendou o advogado, que criticou a PF. “Houve um pouco de medida exacerbada da PF.”

A defesa de Gaspar não foi localizada para tratar do caso. 




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