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Mauá fica sem secretário de Saúde em meio à crise com FUABC

Indicado ao cargo para destravar negociação, Ricardo Burdelis confirmou demissão ontem

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
28/04/2018 | 07:00
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Nario Barbosa 7/3/18


O governo do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), voltou a ficar sem secretário de Saúde. Apresentado em março como o chefe do setor, Ricardo Burdelis comunicou ao socialista pela manhã sua saída do cargo, como antecipou o Diário na edição de ontem.

A vacância da Pasta, tida como o calcanhar de Aquiles da administração mauaense, ocorre em meio às indefinições sobre o futuro da FUABC (Fundação do ABC) no município. A negociação com a instituição, que gerencia todos os equipamentos de Saúde da cidade, se arrasta desde o início do governo. O atual convênio da entidade com o Paço está em vigência a título temporário – o acordo definitivo venceu no fim de fevereiro, teve seu prazo esticado para março e, depois, foi novamente prolongado até junho.

Médico nefrologista, Burdelis foi escolhido a dedo por Atila justamente para, entre vários gargalos do setor, destravar a tensa negociação com a FUABC. As conversas entre as cúpulas da entidade e do governo nunca avançaram por falta de consenso sobre valores. Enquanto a FUABC fala em dívida do município em torno de R$ 123 milhões de serviços supostamente prestados e não pagos, Atila sustenta que esse montante gira em torno de R$ 35 milhões a R$ 39 milhões.

O Diário apurou que, antes de encerrar sua curta passagem pelo cargo de secretário de Saúde – menos de dois meses –, Burdelis entregou à FUABC o formato de um possível novo acordo com o município.

A proposta passaria por restringir significativamente a abrangência da FUABC em Mauá, reduzindo a atuação da entidade exclusivamente à gerência do Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini. Essa ideia, inclusive, é estudada desde o início da gestão e estava no horizonte do primeiro chefe da Pasta, o ex-vice-prefeito Márcio Chaves (PSD), que em dezembro deixou o cargo e assumiu o comando do mesmo setor em Santo André, no governo do prefeito Paulo Serra (PSDB).

O núcleo duro do governo Atila ainda apostava na permanência de Burdelis à frente da Secretaria de Saúde. Além do impasse envolvendo a negociação com a FUABC, a cúpula do Paço mauaense também está preocupada com a renovação ou não do convênio com a Santa Casa, que compreende nos repasses de recursos como contrapartida ao hospital pelo atendimento de pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde) do município.

SUBSTITUIÇÃO
Pelo menos até quarta-feira, quando Burdelis já havia sinalizado o desejo de sair do governo, Atila ainda não pensava em um substituto, segundo apurou o Diário. Enquanto o socialista escolhe um nome definitivo, a secretária adjunta do setor, Carla Manzano, responderá interinamente pela secretaria.

O que ventilou-se pelos corredores do Paço de Mauá nesta semana foi que o médico teria sido convidado pelo recém-empossado secretário estadual da Saúde, Marco Antonio Zago, a assumir cargo na gestão do governador Márcio França (PSB).  




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