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Disney para intercâmbio

Por três meses é possível conhecer o ‘lar’ do Mickey como turista e trabalhar nas atrações dos parques

Por Daniela Pegoraro
26/04/2018 | 07:00
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pixabay


 Quem nunca sonhou visitar o castelo da Cinderela, dar um abraço no Mickey e assistir à queima de fogos mais famosa do mundo? Aqueles que visitam os parques da Disney em Orlando, nos Estados Unidos, experimentam na vida real as ficções que os acompanharam por toda a infância. No entanto, passear como apenas um visitante pode não ser o suficiente, é preciso fazer parte da magia. Para quem espera tirar mais da experiência Disney, existe a possibilidade de trabalhar nos parques por meio do projeto de intercâmbio Disney Cultural Exchange Program.

Com duração de cerca de três meses, a viagem acontece sempre nas férias de verão. Uma vez aceito no programa, é possível trabalhar no complexo Disney em diversas funções: como personagem, assistente de personagem, auxiliar de limpeza, cuidando de brinquedos, atrações, lanchonetes e lojas. Entretanto, não dá para escolher a posição em que se vai trabalhar, essa determinação vem da própria Disney. O trabalho é remunerado, com pagamento mínimo de US$ 10 por hora (R$ 34,58, em média). O participante precisa arcar com aluguel, comida e afins. Outras despesas devem ser quitadas ainda antes da viagem, como passagens aéreas, seguro saúde, passaporte, visto e duas primeiras semanas de acomodação.

Os integrantes do programa moram em um dos quatro condomínios da Disney, onde dividem os apartamentos com outros estudantes. Vale lembrar que não são apenas jovens brasileiros que participam do projeto, gente do mundo inteiro viaja até Orlando para uma experiência multicultural, como conta Giovana Smeets, 23 anos, de Santo André, que fez intercâmbio no fim de 2014.

“Fiquei em um apartamento com seis pessoas, sendo que duas eram australianas, duas neozelandesas e, contando comigo, duas brasileiras”. Inclusive, Giovana relembra que conheceu o programa por meio de reportagem do Diário. “Quando tinha 15 anos, minha mãe me mostrou uma reportagem do Diarinho que explicava sobre o intercâmbio. Guardei o recorte do jornal comigo e esperei até começar a faculdade para tentar.”

Para participar é necessário que se esteja cursando algum bacharelado e é possível se inscrever do segundo ao último semestre da faculdade por meio da agência STB (Student Travel Bureau). Também é preciso ter mais de 18 anos, inglês fluente, calendário acadêmico regularizado e disponibilidade para iniciar e completar o programa a partir de novembro até começo de março do ano seguinte.

 

Saiba como funciona a seleção para participar do intercâmbio
O processo todo é dividido em duas etapas. Na primeira, é necessário se inscrever no site www.stb.com.br para participar da palestra que explica o programa. Neste ano, no Estado de São Paulo, acontece no Instituto Mauá de Tecnologia, em São Caetano, em 9 de junho. Todas as vagas já foram preenchidas, mas é possível enfrentar fila de espera no caso de desistência. “Eles explicam que não é um intercâmbio a passeio, que é algo sério. Caso não trabalhe direito pode ser mandado de volta”, explica Matheus Lopes, 21 anos, de São Bernardo.

Após a palestra, os participantes recebem a data e horário da primeira entrevista, que acontece em dupla ou trio, em inglês. As perguntas não são padronizadas e a Disney não divulga os critérios de avaliação. “Na minha experiência, foram feitas perguntas do tipo: Por que você quer trabalhar aqui? O que você faz de faculdade e por quê? O que você pode trazer para a empresa?”, explica a estudante de Psicologia de São Paulo Adriana Carajoinas, 20, que fez intercâmbio no começo do ano.

A resposta vem por e-mail, seguida da segunda e última entrevista, desta vez individual. A resposta demora a chegar. Para se ter ideia, o processo dura cerca de seis meses, deixando muita gente ansiosa.“Na semana do resultado eu estava acabado, não conseguia pensar em outra coisa”, conta Lopes. Depois disso, é só preparar a documentação, visto de trabalho norte-americano e arrumar as malas para partir.

 

Há muito a se fazer, mas dá tempo de se divertir também - Com mínimo de 30 horas semanais de trabalho, parece que não dá para ‘turistar’, mas não é assim. “O emprego é pesado, mas acredito que consegui aproveitar os parques”, lembra Adriana Carajoinas (foto no detalhe). “A gente trabalha muito, é cansativo, no entanto, tem muito mais pontos positivos: a experiência de morar sozinha, estar fora e ser independente, por exemplo. É surreal o tanto que dá para crescer em três meses”, acrescenta a andreense e estudante de Jornalismo Carolina Aguiar, 20 anos.

Tem quem goste tanto que volta para um segundo intercâmbio, como fez Giovana Smeets. “Senti que tinha mais a aprender. Fiz Administração e sou ligada à área de atendimento ao cliente. A Disney é referência nisso.”




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