politica@dgabc.com.br | 4435-8391
Advogado que paralisa licitações em Ribeirão é primo de Dedé
Visentin é responsável por representações que barram editais na cidade onde parente é rival do governo
Junior Carvalho
do Diário do Grande ABC
23/04/2018 | 07:18
Autor de inúmeras representações no TCE (Tribunal de Contas do Estado) que resultam na paralisação de diversas licitações em Ribeirão Pires, o advogado José Eduardo Bello Visentin, de Itanhaém, no Litoral, é primo de segundo grau do ex-prefeiturável Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), rival político do atual prefeito de Ribeirão, Adler Kiko Teixeira (PSB).
O Diário mostrou em maio do ano passado que Visentin conseguiu barrar o andamento de várias ações de governos, sobretudo de dois municípios na região. No Grande ABC, além de travar editais de Ribeirão, o advogado também questiona certames de São Bernardo, administrada por Orlando Morando (PSDB). Curiosamente, os dois municípios são administrados por aliados políticos, cujo principal partido de oposição aos dois governos é o PPS, partido de Dedé, que foi vereador e vice-prefeito de Ribeirão e nas últimas duas eleições tentou, sem sucesso, o comando do Paço.
A ligação familiar entre Dedé e Visentin é materna. Os bisavós maternos do político e do advogado são os mesmos: Nicolau Farah e Tereza Farah. Os dois são avós de Maria Tereza de Almeida Menezes e de Eilzabeth Bello, mães de Dedé e de Visentin, respectivamente. A mãe do popular-socialista, inclusive, também é de Itanhaém.
As representações lideradas por Visentin no TCE resultam desde exigências de retificações aos editais até a anulação dos certames. Em abril do ano passado, questionamentos formalizados pelo advogado resultaram na reformulação de edital e, consequentemente, no atraso do certame para compra de kits para insulinodependentes.
O Diário apurou que parte das representações idealizadas pelo primo de Dedé é formalizada no TCE às vésperas de expirar os prazos para questionamentos, facilitando a impugnação das concorrências. Em Ribeirão, desde janeiro de 2017, foram 55 representações no TCE contra, por exemplo, aquisição de medicamentos veterinários, de remédios para atendimento de demandas judiciais e para compra de materiais escolares. (Veja alguns exemplos na tabela ao lado)
OUTRO LADO
Questionado pelo Diário, Dedé, a princípio, não confirmou nem negou ter participação nas representações impetradas por Visentin. Depois, o popular-socialista rechaçou veementemente ter solicitado ao primo que ingressasse com quaisquer questionamentos no TCE.
Sobre a ligação com o advogado, Dedé também desconversou sobre o vínculo familiar com o advogado, alegando que Visentin é um “conhecido”. “Parente em que sentido? Não sei, eu sou Menezes. Preciso levantar a árvore genealógica (para descobrir o parentesco)”, despistou Dedé, ao emendar o questionamento. “Se eu tivesse alguma ligação com ele (Visentin), qual seria o problema?”, indagou.
A equipe do Diário não localizou Visentin para comentar o assunto..
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.