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Dois meses após ser eleito no Corinthians, Andrés Sanchez segue na política
20/04/2018 | 07:40
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Reprodução/Instagram


Quando estava em campanha para a disputa da presidência do Corinthians, Andrés Sanchez prometeu que iria se licenciar do cargo de deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) para se dedicar 100% ao clube. Pouco mais de dois meses se passaram e o compromisso não foi cumprido. Segundo ele, a licença não ocorreu para evitar uma disputa de partidos aliados e não "atrapalhar o processo legislativo do País".

"Estudo me licenciar do cargo para o qual fui eleito em 5 de outubro de 2014, mas, para evitar uma disputa entre os partidos aliados, estou negociando com o presidente da Câmara (Rodrigo Maia) e as lideranças do PT a melhor forma de fazê-lo, evitando uma eventual batalha jurídica pela vaga que atrapalharia o processo legislativo do País", explicou o dirigente ao jornal O Estado de S.Paulo.

Caso resolva se licenciar, a cadeira de Andrés Sanchez deverá realmente causar disputa. Quando o presidente do Corinthians foi eleito, o suplente ficou sendo José de Paula Neto, o Netinho de Paula, ex-vocalista do grupo Negritude Júnior. Ele fazia parte do Partido Comunista do Brasil (PC do B), um dos que fizeram coligação com o PT.

Em 2015, Netinho de Paula foi para o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Se Andrés Sanchez entregar o cargo, o PT alega que a suplência é da coligação e o novo deputado seria Luiz Cláudio Marcolino (PT). Já Netinho diz que a posição é dele, mesmo tendo deixado o partido.

A reportagem fez um levantamento da presença de Andrés Sanchez no plenário desde que assumiu a presidência do clube. Em 26 dias de sessão, ele faltou em 14 e em outras três datas participou apenas de uma parte da sessão. "É importante ressaltar que não recebo nenhum tipo de ganho nos dias de ausência", garantiu o dirigente corintiano.

Andrés Sanchez foi eleito deputado federal em 2014 com 169.834 votos e seu mandato se encerra no final deste ano. Nos bastidores, ele já deixou claro que não tem pressa para entregar o cargo e cogita até a possibilidade de manter a função dupla de dirigente e político. Por enquanto, o dirigente não fala sobre a possibilidade de tentar uma reeleição. "Ainda é cedo para pensar nisso", justificou.

POLÊMICA - Poucos dias antes da eleição no Corinthians, o então candidato Romeu Tuma Júnior apelou à Justiça para tentar anular a candidatura de Andrés Sanchez, alegando que sendo deputado ele não poderia assumir o comando do clube, pelo fato de a instituição ter recebido dinheiro público, por meio do financiamento com a Caixa Econômica Federal, para a construção da Arena Corinthians.

Entretanto, o pedido foi negado e Andrés Sanchez argumentou que o Corinthians é uma entidade sem fins lucrativos e não uma empresa. Assim, estaria apto para, caso vencesse a eleição, assumir o cargo, como aconteceu no dia 3 de fevereiro.




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