O secretário de Justiça norte-americano, John Ashcroft, anunciou nesta segunda-feira que os Estados Unidos estão em estado de alerta máximo na previsão de uma ação terrorista em resposta aos ataques aéreos lançados contra o Afeganistão. Segundo ele, o FBI está levando “muito seriamente” o aparecimento do segundo caso de antraz no Estado da Flórida, que pode ter sido causado por um atentado bioterrorista. "Não descartamos nada por enquanto. É uma intervenção que pode tornar-se claramente criminal", disse Ashcroft à imprensa.

A primeira vítima de antraz nos Estados Unidos nos últimos 25 anos morreu na última sexta-feira. Bob Stevens, 63 anos, era funcionário da editora American Media e foi contaminado pelo antraz pulmonar, considerado fatal. A segunda vítima, Ernesto Blanco, 76 anos, que está internada em um hospital local, trabalha no mesmo local que Stevens.

Na semana passada, com a divulgação do primeiro caso da doença, as autoridades sanitárias haviam afirmado que as chances de se tratar de um atentado terrorista eram mínimas. Nesta segunda, a posição adotada foi bastante diferente, de alerta máximo. Os 300 funcionários da empresa foram convocados a se submeter a testes que indicam exposição ao antraz. Muitos já começaram a receber antibióticos do Departamento de Saúde da Flórida.

O FBI abriu investigação urgente sobre o caso. Segundo informações da rede de TV norte-americana NBC, agentes investigam a possibilidade de que uma carta entregue na empresa tenha sido contaminada pela bactéria que causa o antraz. Ainda de acordo com a TV, Stevens e Blanco teriam manuseado uma carta que trazia o símbolo da estrela de David e continha uma substância escorregadia.

No domingo, o prédio da American Media foi desocupado e fechado. Foram encontrados esporos da bactéria no teclado do computador de Stevens. O antraz pulmonar não passa de uma pessoa para outra. A doença é adquirida inalando-se esporos da bactéria.