Política Titulo História
Lula pode ser primeiro presidente preso por crime comum

Hermes da Fonseca, Arthur Bernardes, JK e Washington Luiz chegaram a ser detidos

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
07/04/2018 | 07:00
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EBC


O dia de hoje pode ser histórico, com todas as suas nuances. Luiz Inácio Lula da Silva tende a se tornar o primeiro presidente brasileiro a ser preso por crime comum (corrupção). O petista foi condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e fechou acordo para se entregar hoje.

Na história do País, outros quatro presidentes, em diversos períodos, também foram detidos, mas por outros motivos. O primeiro foi Hermes da Fonseca, chefe da Nação entre 1910 e 1914, que, quando já não ocupava mais o cargo, no ano de 1922, fez críticas ao então chefe do Executivo, Epitácio Pessoa, por uma intervenção em Pernambuco. O clima ficou acirrado entre os dois e, no dia 2 de abril de 1922, Hermes da Fonseca foi preso e o Clube Militar, que era presidido pelo marechal, fechado.

O episódio aprofundou a crise entre o Exército e o governo iniciada durante a campanha eleitoral de sucessão presidencial.

A detenção de Hermes da Fonseca durou mais seis meses, até que o STF (Supremo Tribunal Federal) acatou habeas corpus para libertá-lo.

Sete anos depois seria a vez do então presidente Washington Luiz, que foi deposto durante a Revolução de 1930, e levou Getúlio Vargas ao poder. No dia 24 de outubro de 1930, Washington foi derrubado e detido. Após passar algum tempo na prisão, conseguiu negociar exílio e passou mais de 15 anos fora do País.

Ainda na esteira da revolução, o ex-presidente Arthur Bernardes, líder do País entre 1922 e 1926, também entrou na mira do novo comando. A oportunidade do governo Vargas para apanhá-lo surgiu durante a Revolução Constitucionalista de 1932.

Na ocasião ele foi preso tentando se rebelar contra a Força Pública de Minas Gerais. Com isso, acabou sendo enviado para o exílio em Portugal, onde permaneceu por cerca de um ano e meio.

Avançando na história, Juscelino Kubitschek, presidente entre 1956 e 1961, teve os direitos cassados por dez anos logo no início do regime militar. No entanto, mesmo com as restrições, acabou sendo preso na mesma noite que o AI-5 (Ato Institucional) foi implantado, em 13 de dezembro de 1968. JK, como era conhecido, ficou nove dias detido em quartel.

Por fim, o ex-presidente Jânio Quadros, que renunciou após quase sete meses no posto, em 1961, ficou com suas liberdades restritas por 120 dias, logo após ter sido cassado pela ditadura militar, em 1964. Ele passou o período na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, sem ficar detido em quartel ou delegacia.
 




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