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Político é solto,
mas não pode ir a bar

Adriano Pieroni foi preso em flagrante por racismo na
terça-feira; Justiça concedeu liberdade, com restrições

Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
06/04/2012 | 07:00
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Em liberdade provisória desde o fim da noite de quarta-feira, concedida pela Justiça, o vice-presidente do PSDC de Santo André, Adriano Giovanni Pieroni, indiciado e preso em flagrante na terça-feira por crimes de injúria e desacato no 1º Distrito Policial de São Caetano, terá de cumprir restrições legais.

O juiz Eduardo Rezende de Melo, de São Caetano, concedeu o alvará de soltura ao político, sem fiança, desde que medidas cautelares sejam respeitadas. Entre elas, Pieroni não pode entrar nem frequentar bares e terá de se recolher, diariamente, em sua casa, até as 21h.

Outras exigências, segundo o despacho do juiz, é que o dirigente partidário não se ausente de sua cidade, Santo André, por mais de oito dias, além de se apresentar mensalmente no Fórum de São Caetano.

Sobre as restrições, Pieroni garantiu que cumprirá totalmente. Qualquer vacilo pode significar a anulação da liberdade provisória. "Não tem nenhum problema. Sou um cidadão do bem. Será um prazer", afirmou o político, que ontem já estava em sua residência na Vila Assunção, em Santo André.

A prisão de Pieroni se deu após ter sido acusado de chamar o guarda-civil Jucélio Marciano da Silva, 38 anos, de "preto e macaco", durante incidente em velório de São Caetano. Viatura da GCM (Guarda Civil Municipal) fazia o patrulhamento do local.

Antes do incidente, o dirigente partidário havia ingerido duas doses de vodka e uma cerveja em lata. O que foi confirmado por ele ontem, durante a entrevista ao Diário - ele toma medicamentos para cirrose hepática. O retrospecto de Pieroni implicou na decisão de o juiz determinar as medidas restritivas.

Na delegacia, durante o depoimento ao delegado plantonista, o político negou a autoria dos crimes de injúria racial. E reafirmou ontem que "jamais" chamou o guarda-civil de "preto e macaco".

"Não sou racista. Tenho inclusive funcionários negros", disse Pieroni. Afirmação contestada pela vítima - Jucélio manteve as declarações prestadas no boletim de ocorrência.

Pieroni também negou que tenha dito, durante a discussão, ser deputado federal e ex-policial da Rota. "Jamais", reforçou.

O político alega ter sido "vítima". Ele, inclusive. afirma ter sido agredido pelos guardas. "Houve truculência e tenho como provar", afirmou, ao acrescentar que o seu advogado está em busca dos documentos.

Em junho, Pieroni havia sido preso em flagrante após ter atentado contra a vida da então mulher, das duas filhas e da sogra. A discussão ocorreu exatamente na sede da GCM de São Caetano, no bairro Santa Maria.

Indiciado diz que irá mais à missa e que Deus fará justiça

Após a segunda prisão em flagrante em dez meses, a direção do PSDC resolveu afastar Adriano Giovanni Pieroni do cargo de vice-presidente. Ontem, o dirigente afirmou que, independentemente da medida, irá deixar a sigla.

"Não quero comprometer o partido em ano eleitoral", afirmou, embora reunião esteja marcada para o início da semana com a cúpula do PSDC - ele está filiado à sigla há dois anos.

Pieroni disse que, se não fosse dirigente partidário, o incidente não teria a proporção que ganhou. "A conotação virou política", afirmou, ao acrescentar que dará um novo rumo para a sua vida. "Vou todos os domingos à missa, mas quero, a partir de agora, frequentar a igreja durante a semana. Deus fará justiça", profetizou.




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