O Estado discorda da conta e diz que a entrega dos novos CDPs de Diadema e São Bernardo, previstos para serem entregues no primeiro semestre do ano que vem, vão resolver o problema de falta de vagas.
Além dos detentos que estão na região, há cerca de 400 presos do Grande ABC espalhados pelo Estado. A maioria está em Itapecerica da Serra, que tem recebido detentos de Mauá, Diadema e São Bernardo. Especialmente de São Bernardo, onde a cadeia foi interditada em março de 2001. Atualmente, apenas a cadeia pública e o CDP de São André, ambos na Vila Palmares, operam na região sem riscos de interdição por parte da Justiça.
Segundo Alckmin, os primeiros presos começam a ser transferidos ainda nesta semana e virão da cadeia de Ribeirão Pires. "É mais provável que cheguem na sexta-feira", disse o secretário estadual de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa.
Apesar de a cadeia de Ribeirão ter sido interditada oficialmente no dia 27 de agosto, ela ainda abriga 202 presos (15 deles condenados). Segundo o governador, em três semanas a cadeia estará vazia. Todos os detentos vão para o CDP de Mauá.
"Queremos reformar a cadeia de Ribeirão. Então, os presos vêm para Mauá (para o CDP) e, depois, voltam para lá", disse Alckmin. O governo entrou com um recurso no Tribunal de Justiça para impedir a demolição da cadeia. Destino diferente terá a antiga cadeia de Mauá. "Já podemos chamar os pedreiros e derrubar", afirmou o governador.
A outra prioridade seria "amenizar" a situação em Santo André. Mauá receberá parte dos presos da cidade. Quanto aos detentos que se encontram fora da região, Alckmin afirmou que por enquanto eles continuarão longe. Ele informou pretende apenas deixar de enviar novos presos do Grande ABC para outras cidades.
São Caetano é a única cidade que tem uma cadeia em boas condições. Uma liminar da corregedoria da cidade limita a 120 o número de presos na cadeia. Nesta terça, havia 91 detentos para 96 vagas.
Criminalidade - Dos municípios do Estado, a região está entre os que têm índices mais altos de criminalidade. Segundo levantamento do Ieme (Instituto de Estudos Metropolitanos), baseado em dados da Secretaria de Segurança Pública, cinco dos sete municípios da região aparecem na metade das cidades piores colocadas em números de homicídios dolosos (com intenção de matar). No levantamento em questão, foram avaliados os índices de 78 cidades. Diadema, Mauá, São Bernardo, Santo André e Ribeirão Pires são, pela ordem, as mais violentas do ABC. Apenas São Caetano aparece em situação melhor - na 12ª posição. Rio Grande da Serra está na 32ª, entre as menos violentas.
Embora as variantes populacionais devam ser consideradas, cidades como Diadema têm índices de homicídios altos. Em 2003, foram 44,48 por 100 mil habitantes. O ranking leva em conta o padrão internacional, de número de assassinatos por grupo de 100 mil moradores. Como comparação, Guaratinguetá, no interior, primeira colocada por apresentar o menor número de casos, registrou apenas 2,77 homicídios no mesmo período.
Os números das cidades do Grande ABC e a ordem de colocação no ranking são: São Caetano - 9,37 homicídios por 100 mil habitantes; Rio Grande da Serra - 15,3; Ribeirão Pires - 24,38; Santo André - 28,59; São Bernardo - 34,4; Mauá - 37,53, e Diadema - 44,48.
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