O Red Hot Chili Peppers entrega sempre o que promete. Nada ali foge muito do roteiro. Otherside, balada do disco Californication (1999), trouxe boas recordações à saudosa geração teenager 2000. Kiedis, que é a prova empírica de que milagres existem, ainda mostra uma voz potente, apesar de todos os abusos de drogas e álcool numa década não muito distante. Comportado, o bigodão esbanjou vigor físico e musical em quase duas horas de show.
O guitarrista Josh Klinghoffer, sempre tão criticado nas comparações com John Frusciante, ex-integrante do Red Hot, promoveu um dos momentos mais bacanas da noite. Com um português meio enrolado, é verdade, fez cover de Menina Mulher da Pele Preta, clássico de Jorge Ben Jor. O momento arrancou gritos ensurdecedores do público.
Há alguns anos na estrada com o Red Hot, a guitarra de Klinghoffer deixa a sonoridade da banda mais pop. Diferentemente de Frusciante, que tornava os riffs essencialmente psicodélicos. Isso fica claro quando ele e Flea promovem mais uma jam antes de Californication. Chad Smith controla bem as batidas das músicas. Sem firula, faz ali o que se exige dele.
Em Under the Bridge, todavia, surge o momento de comoção. Alguns vão às lágrimas. Se Kiedis declarou ali o seu momento "fundo do poço", a plateia não deixa por menos e acompanha fielmente o impacto da letra e dos riffs emblemáticos.
O Red Hot Chili Peppers é o tipo de banda que jamais fica ultrapassada. Passam-se 20 ou 30 anos, o quarteto ainda reina com maestria no quesito groove. Give It Away deu números finais à performance dos norte-americanos e encerrou a primeira noite do Lollapalooza 2018.
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