Espetáculo musical feito no ano passado em razão do centenário da cantora reuniu sucessos e músicas pouco conhecidas
Conhecida como o ‘rouxinol brasileiro’, a cantora Dalva de Oliveira (1917-1972) encantou multidões com sua voz. A estrela máxima da Era de Ouro do Rádio, que se estivesse viva completaria, no ano passado, 100 anos, recebeu homenagem à altura: dois espetáculos musicais – um em São Paulo, no Teatro J. Safra, e outro no Rio, no Imperador – onde foram entoadas suas principais canções.
E este tributo acaba de ser transformado no CD duplo Dalva de Oliveira – 100 anos, ao vivo (R$ 49,90, em média), lançado pela Biscoito Fino. A idealização e a produção foram de Thiago Marques, que reuniu mais de 30 artistas, entre eles Angela Maria, Claudete Soares, Alaíde Costa, Leny Andrade, Felipe Catto, Ayrton Montarroyos nas duas apresentações. “Foi encontro de gerações, já que chamamos aqueles que eram amigos, conviveram com Dalva, e também artistas da nova geração”, diz Marques.
Para compor o roteiro, acrescenta, foi feita pesquisa aprofundada de sua obra, para priorizar os grandes sucessos, mas também incluir as menos conhecidas no repertório. Um pouco de cada época da carreira de Dalva que, segundo Marques, inspirou toda geração de cantoras que vieram a seguir, entre elas Angela Maria. São quase 40 músicas, como Neste Mesmo Lugar, Segredo, Bandeira Branca, Ave Maria do Morro, entre outras.
“Dalva foi um marco, um ícone da Era de Ouro, foi quem lançou grandes clássicos da música brasileira, criadora de músicas de Carnaval que tocam até hoje. Fora as músicas românticas, que eram fortes. Ela retratou uma época”, ressalta o produtor, que acrescenta que não foi só em cima dos palcos que ela foi protagonista. A sua história de amor avassaladora com Herivelto Martins (1912-1992), com quem foi casada, por conta das confusões, ganhava semanalmente as manchetes dos jornais e revistas.
“A vida dela era tumultuada e isso resultou em muitas de suas músicas conhecidas. Seu repertório, se for analisar, continua sendo contemporâneo. Falam dos mesmos temas das músicas de hoje, com outra linguagem, é claro, mas de uma forma que não sai de moda. Dalva contou a dor de cotovelo como ninguém”, finaliza. Se acha que morrer de amor é mentira, é só se aprofundar um pouco mais na história de Dalva para se convencer do contrário.
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