Política Titulo Despesa com pessoal
Manobra na folha não impede que Paço de Diadema seja alvo do TCE

Tribunal emite alerta sobre despesas da gestão Lauro com pessoal mesmo com índice menor

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
08/03/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Mesmo apostando em manobra financeira para reduzir os gastos com folha de pagamento, o governo do prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), não ficou alheio aos questionamentos do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que no mês passado emitiu alerta sobre o elevado índice de despesas com pessoal no exercício de 2017, de 50,45% da receita corrente líquida.

Pelos números apurados pela Corte, o governo Lauro fechou o ano passado com despesa total de R$ 504,85 milhões com folha de pagamento, ante receita corrente líquida de R$ 1 bilhão. Apesar de o resultado não ultrapassar o limite de 54%, o índice se aproxima do teto legal estabelecido pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o que motivou o alerta do TCE.

Esses mesmos números aferidos pelo tribunal coincidem com os próprios dados do governo Lauro e indicam redução do percentual de gastos com funcionalismo nos últimos meses – o Parque do Paço chegou a comprometer 58% da receita do município com esse tipo de despesa. No domingo, o Diário mostrou que esse saldo também indicou queda, de 3,09%, em comparação com o total de recursos despendidos em 2016 com folha de pagamento.

Ocorre que o próprio Paço diademense reconheceu que o total de gastos com os servidores no ano passado foi maior: R$ 561,98 milhões, o que eleva o índice para 56,17%. Esse montante leva em consideração parcela de R$ 57,1 milhões referentes a despesas suplementares utilizadas para cobrir o deficit do Ipred (Instituto de Previdência de Diadema) e que o governo Lauro tentará contabilizar como dívida fundada (consolidada). Esses números foram apresentados pelo secretário de Finanças do município, Jorge Luiz Demarchi, em audiência pública realizada no dia 23 na Câmara.

Segundo o chefe da Pasta, o governo aposta que os resultados sejam melhores no primeiro quadrimestre deste ano, quando a administração avaliará o impacto do PDV (Plano de Demissões Voluntárias), instituído no ano passado, e com a mudanças no cálculo das férias – passou a não utilizar as horas extras e jornadas suplementares para o cômputo do benefício.

SINDEMA
A manobra financeira do governo Lauro favorecerá o discurso do Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), que se pautará justamente na queda do índice de despesas com pessoal para pleitear reajuste salarial neste ano. No mês passado, a categoria aprovou em assembleia campanha salarial que exige 10% de aumento.

A Prefeitura de Diadema não respondeu aos questionamentos do Diário. 




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