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Projeto mineiro de apoio à ferramentaria pode beneficiar região

Plano que prevê aprovação da utilização de créditos do ICMS está sendo analisado pelo governo de Minas

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
22/02/2018 | 07:23
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O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e a Abimaq (Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos) apresentaram plano de apoio à ferramentaria ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT). Caso aprovado, a expectativa é que gere emprego em todo o País, já que a cada contratação feita pelas montadoras, 11 empregos são gerados em toda a cadeia.

O projeto é similar ao que está em andamento no Estado de São Paulo, cujo objetivo é promover a retomada das indústrias ferramenteiras por meio da devolução de créditos do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) às montadoras que adquirirem ferramentais do próprio Estado.

No caso de Minas Gerais, como o Estado não conta com todos os segmentos ferramenteiros, montadoras como Fiat e Iveco, que já usufruem de produtos de outras partes do País, a exemplo do Grande ABC, poderão se beneficiar. No entanto, a matéria-prima utilizada deve ser de origem mineira, explica Paulo Braga, presidente da CSFM (Câmara Setorial de Ferramentarias e Modelações) e coordenador do conselho automotivo da Abimaq.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wagner Santana, o Wagnão, avalia que a medida contribuirá para o desenvolvimento do setor. “Com isso, iremos melhorar a ferramentaria nacional, para que possamos competir com países como China e Coreia do Sul”, avalia o sindicalista.

“Em São Paulo, todas as empresas que optarem pelo incentivo poderão receber demandas mineiras, por exemplo. Mas as ferramenteiras não terão capacidade produtiva para atender às demandas internas e externas, por isso será preciso investir em maquinário e mão de obra qualificada”, explica Braga.

Ainda segundo ele, caso a minuta apresentada ao governo mineiro seja aprovada – o retorno da modelagem deve ser entre 30 e 60 dias –, serão injetados R$ 400 milhões durante cinco anos nas montadoras localizadas naquele Estado. Questionada, a Secretaria Estadual da Fazenda de Minas Gerais confirmou o recebimento do pleito, que afirmou estar sob análise.

EM SÃO PAULO - A minuta que prevê retorno de R$ 5 bilhões para o setor automotivo paulista nos próximos cinco anos está em processo de finalização. Após análise, a Secretaria Estadual da Fazenda devolveu o texto à Abimaq e à Anfavea para ajustes e inclusão de informações necessárias à conclusão da proposta.

“A devolutiva deve acontecer até semana que vem”, afirma Braga. “Em março, o projeto piloto deve iniciar e, o definitivo, em setembro”, completa. Com a aprovação, devem ser gerados mais de 10 mil empregos em até dez anos, estima.

Por outro lado, Wagnão afirma que há sinais de incerteza acerca da aprovação. “São alguns ajustes de caráter jurídico, mas depende também de definições políticas”, diz. Braga acrescenta que o processo em São Paulo é lento por questões estruturais. “Em Minas Gerais não tem um quinto das empresas daqui (São Paulo)”, exemplifica. Para se ter ideia, no Grande ABC há seis montadoras e cerca de 100 ferramentarias.

Vale lembrar que o projeto irá devolver 6% dos créditos retidos do ICMS. Hoje, quando uma montadora compra peça, paga 18% do imposto, porém, quando exporta o veículo, o índice cai a 12% – ou seja, a diferença de 6% vem sendo acumulada.

Questionadas, a Anfavea e a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC – uma das responsáveis pelo projeto no Estado de São Paulo – não responderam até o fechamento desta edição. 




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