"Dessa forma, a suspeita da seriedade dos documentos e a possibilidade de que poderiam ter sido alterados foram confirmadas pela análise do renomado expert. Logo, os documentos supostamente extraídos do sistema Drousys, trazidos pelo corréu colaborador Marcelo Odebrecht e usados pelo Ministério Público Federal, segundo trabalho pericial ora trazido aos autos, contém elementos suficientes para demonstrar que foram adulterados", sustenta a defesa, ao entregar a perícia.
Somente nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, estão dois processos envolvendo a delação da empreiteira contra o petista. Em um deles, Lula responde por dois imóveis que totalizariam R$ 12,5 milhões em supostas propinas. O petista também é réu na ação penal sobre o Sítio Santa Bárbara, em Atibaia, cujas reformas realizadas pela Odebrecht e pela OAS são vistas como vantagens indevidas em benefício de Lula pela força-tarefa da Lava Jato.
A defesa questiona documentos da delação que envolvem a ação sobre os supostos R$ 12,5 milhões que totalizam o valor do terreno onde seria sediado o Instituto Lula, segundo delatores, e a respeito do apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, que teriam sido bancados pela empreiteira, de acordo com a denúncia.
No incidente de falsidade, a defesa e o Ministério Público Federal têm o direito de indicar suas próprias perícias sobre os documentos.
No documento da perícia indicada pela defesa de Lula, o assistente técnico, que é membro emérito da Associação dos Peritos Judiciais do Estado de São Paulo, apontou o que considerou como indicativos de que os documentos da empreiteira foram manipulados.
No relatório, o perito anexa planilhas aonde diz ter identificado "práticas adulterosas".
A respeito deu ma das planilhas do Drousys, sistema do departamento de propinas da Odebrecht, o perito diz que "infelizmente, ao mesmo tempo que os recursos de computação facilitam a confecção de documentos verdadeiros, também produzem recursos e facilitam, enormemente e ao extremo, diversas possibilidades de montagens e outras fraudes documentoscópicas".
Já em análise sobre anotações, o perito afirma que, em um dos papeis, uma assinatura do delator Paulo Melo foi "enxertada no documento" e que os manuscritos não foram "produzidos por um mesmo e único punho escritor".
Defesa
A Odebrecht afirma que está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua. "Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador, Panamá e Guatemala, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas."
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