Metade da população mundial está concentrada nos centros urbanos, que crescem 2,5% ao ano, o que não deixa dúvidas de que o destino da humanidade depende do que acontece nas cidades. Representando apenas 2% da superfície do planeta, as cidades concentram pessoas, aglutinam problemas, pesadelos, sonhos e soluções dentro de frenética rede de relações socioeconômicas, culturais, políticas, estabelecendo grande troca de conhecimento, inteligência, informação e sentimentos. Essa grande união de pessoas e as inter-relações dentro de determinado espaço exige de imediato que se faça o equilíbrio entre o homem e a natureza, principalmente no que diz respeito à proteção dos recursos naturais, principalmente os não renováveis. Alguns governos do mundo já estudam cota anual de emissão de carbono por pessoa, a ser armazenada na forma de pontos, como programas de milhagem em viagens aéreas.

‘Carro Verde'
Se você vai comprar um carro novo, cuide para que ele seja o melhor para o meio ambiente que o anterior. Prefira os modelos com câmbio manual, pois eles são de 10% a 15% mais econômicos que os de câmbio automático. Escolha o menor carro possível dentro do que você precisa. Se você viaja sozinho no dia a dia pense em comprar um carro pequeno e alugue um grande para as férias da família. Estude as tabelas de consumo de combustível e identifique os modelos mais econômicos na classe que você deseja comprar. Se você tem um carro a gasolina, pense num carro flex, que roda com álcool e gasolina. Mas, se o seu carro já se transformou numa carroça imprestável, venda-o a um ferro-velho. Cerca de três quartos de um carro são recicláveis, e mesmo o veículo mais malhado contém peças úteis. Em sua maioria, elas são feitas de aço, que pode ser fundido e reutilizado inúmeras vezes em processos eficientes e bastante econômicos.

O Brasil na contramão da tendência mundial
Entupindo suas cidades com carros enquanto a Europa está investindo em transporte público urbano de massa. É visivelmente grave a situação na região metropolitana de São Paulo onde vivem 19 milhões de pessoas, com cerca de 1.000 carros novos em circulação a cada dia contribuindo ainda mais para os congestionamentos, aumento da poluição e dos acidentes de trânsito. E assim a vida urbana vem perdendo qualidade.

Portanto, cobre dos dirigentes vontade política para carregar a bandeira de um transporte público com qualidade e também exija gestores urbanos sérios e competentes que busquem organizar o uso dos espaços em prol da qualidade de vida da população. A periferia também deve ser atendida com o mesmo padrão de transporte público existente nos centros urbanos mais ricos, o que também significa que as cidades deverão ser desenhadas para facilitar a vida dos pedestres, dos ciclistas e dos milhares de usuários de transporte público. Para finalizar, não pode haver divergências entre política e sustentabilidade. Prepare-se para o que está por vir. Estabeleça desde já meta de emissão de carbono inferior à atual, assumindo o compromisso de utilizar o automóvel cada vez menos e de compartilhá-lo cada vez mais. Você só terá a ganhar!