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Plágio no Enem
Do Diário do Grande ABC
05/02/2018 | 15:09
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Artigo

O recente episódio de plágio no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) evidencia dois grandes problemas da Educação Básica brasileira: os jovens não são preparados para a escrita original e não temos tecnologia suficiente para mapear a falta de originalidade da escrita na principal avaliação do Ensino Médio brasileiro da atualidade. O caso aconteceu em Salvador, na Bahia. Na ocasião, um aluno teria copiado a sinopse inteira de um livro na redação. O tema era ‘Educação para surdos’ – assunto difícil, como de costume no Enem –, e que exige soluções criativas e muita reflexão para inclusão na Educação daqueles que, hoje, ainda ficam de fora.

O plágio no exame nacional é a ponta de um iceberg maior e mais profundo do que imaginamos. Nossos alunos não são treinados para a escrita original, para desenvolver ideias criativas, para pensar em soluções e para concatenar as propostas em frases e parágrafos que façam sentido. Sem essa habilidade, muitos acabam copiando trechos ou textos inteiros.

Por sorte, um dos corretores da prova tinha lido a obra copiada e se recordava de trechos. Deve ter consultado a internet e chegou ao veredicto: era cópia. É assim que a maioria dos professores no País identifica conteúdo plagiado nos trabalhos dos alunos. Esforçam-se para trazer à memória trechos que possam ter sido copiados; buscam na internet partes do texto que estão bem escritas, que destoam do restante do material ou que parecem ter sido traduzidos. Nesse esforço, algumas vezes encontram a cópia, outras não.

Se o corretor não tivesse conhecimento da obra, e sem tecnologia que ajude a identificar o plágio na correção do Enem, o aluno teria passado com boa nota? O governo já usa tecnologia na correção das questões da prova – a chamada TRI, que identifica o padrão do aluno e dá menos pontos para questões que foram ‘chutadas’, por exemplo. Assim, a nota no Enem nunca é proporcional ao número de acertos – e pode passar de 1.000 pontos. O fato é que existem tecnologias consolidadas que poderiam auxiliar os professores e melhorar a chamada escrita original dos alunos ao longo do processo educativo. São os chamados softwares antiplágio, utilizados pelas principais universidades e escolas de Ensino Médio, no Brasil e do mundo.

O Enem acerta ao exigir que alunos escrevam na prova. Universidades e programas como o Fies, de financiamento estudantil, também vão na direção correta ao exigirem nota mínima na redação. Agora, as escolas precisam se mobilizar para trabalhar a escrita original dos alunos – e, de outro lado, o governo precisa garantir que os alunos com escrita original de verdade recebam as maiores notas na redação.

Mariana Rutigliano é gerente de inovação da empresa Turnitin.

Palavra do leitor

Bolsonaro
O aparecimento da candidatura de Donald Trump nos Estados Unidos foi ponto fora da curva histórico. A mensagem de campanha dele, endossada pelos eleitores que o levaram à Casa Branca, em muito se assemelha às propostas de Jair Bolsonaro. Especialmente no que diz respeito à ordem, à moralidade e à Segurança pública, bem como a repulsa ao consumo de opióides, à imigração sem regras rígidas de segurança, à vulnerabilidade das fronteiras, à exportação de parques fabris para a China, dentre outros tópicos. Não é à toa que os comportamentos de parte da grande mídia no Brasil e nos Estados Unidos são muito parecidos. O que tentaram fazer com Donald Trump fazem neste momento de forma desabusada contra o pré-candidato Jair Bolsonaro. É o caso de pesquisa que, em vez de medir tendência eleitoral, procura doutrinar os eventuais pesquisados de forma a induzir resultado preconcebido.
Luizinho Fernandes
São Bernardo

Vida de atleta
Fazendo analogia da vida social com a vida dos atletas, as pressões social e midiática nos influenciam. Quem tem mais é melhor ou superior àqueles que têm menos e não têm condições de entrar nessa disputa desleal. Nesse efeito opressivo, em que eu preciso ser melhor que o meu vizinho, tendo carro, casa e privilégios para me garantir perante ele, é onde surge a ideia da inveja. Nesse efeito contrário, o meu vizinho não suporta ser inferior a mim, no sentido de ter o que eu tenho ou melhor. Mas penso que pessoas não são melhores que pessoas. Atitudes, sim, são melhores que atitudes e ideias são melhores que ideias. Nesse ponto, precisamos ser mais humanos e menos individualistas. É fácil se achar superior a quem não tem condições, enquanto se está com a barriga cheia, com diplomas de ensino avançado e toda estrutura pela frente. Mas a ideia de ser vitorioso, ser melhor, ter mais, nem sempre tem relação com a felicidade. As vitórias pessoais nem sempre são fáceis e saudáveis. Às vezes, em detrimento do seu próprio ser, como essência, podendo gerar quadro depressivo e perturbador na pessoa. Esse é o preço da vitória, ter mais e estar sozinho.
Rafael Alves
Santo André

Velhice
Pesquisa recente mostrou o pavor dos brasileiros de ficarem dependentes na velhice. Na verdade, o nosso povo nasce, cresce e morre carente e dependente. Qualquer dependência é terrível, destrói sonhos e o prazer de viver. O dependente torna-se refém de algo ou alguém. Às vezes, a situação fica insustentável e muitos preferem desencarnar. A vida é maravilhosa quando temos qualidade e dignidade. No Brasil, apenas a minoria ‘sortuda’ é privilegiada pelo ‘destino’. A maioria da população não vive, sobrevive. E cada dia é uma aventura extremamente perigosa. A maior surpresa da pesquisa foi saber que muitos brasileiros desejam viver até os 89 anos. Acho que essas pessoas são humoristas ou masoquistas! Quando alguém consegue completar 60 anos no Brasil, em boas condições de saúde física e financeira, vira exemplo de superação e heroísmo. É façanha para poucos! A propósito, no meu grupo de amizades não existe ninguém com essas condições. Parece que o meu pessoal não possui vocação e pretensão para imitar Matuzalém!
José Machado
São Bernardo

Maus-tratos a crianças
Em resposta à reportagem ‘Agressão física lidera casos de violência infantil’ (Setecidades, dia 2), o Consórcio Intermunicipal esclarece que durante o ano de 2017 o GT (Grupo de Trabalho) Criança e Adolescente manteve ações contínuas de orientação e formação de conselheiros tutelares, como o Seminário Enfrentamento ao Trabalho Infantil e as Competências dos Conselheiros Tutelares; Seminário Estadual Criança Não é de Rua, realizado em parceria com o Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e o CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social). As iniciativas tiveram como objetivo fortalecer as políticas públicas para promoção dos direitos da criança e do adolescente mediante a integração das ações dos conselhos tutelares da região, dos poderes Executivo e Judiciário e dos demais serviços da região. Até dezembro de 2017, a coordenação do GT pertencia a Mauá, na pessoa da gestora Ricele Borges. A nova coordenação será eleita em reunião ordinária neste mês.
Assessoria de Comunicação
Consórcio Intermunicipal Grande ABC

Omissão
E o calvário da Rua Pindorama, em Santo André, continua. Desde agosto que essa coluna do Diário vem notificando a necessidade de reparo da via, porém, prefeito e vereadores ignoram o problema. Total descaso e falta de consciência por parte desta administração, que até o momento não fez coisa alguma pela cidade. Também temos a via de ligação entre a Alameda Vieira de Carvalho e a Estação Prefeito Saladino, que caiu há mais de um ano, e nada foi feito. Inúmeras ruas esburacadas e ignoradas. Muito mato por vielas e corredores e mais descaso. Cadê o tal do projeto de desenvolvimento que tanto foi citado? Que raios de prefeito é esse que vira as costas para situações tão evidentes e que necessitam de ação? Por que não honra o ‘45’ que digitamos na urna. De que adiantou substituirmos o antigo prefeito, se o atual age da mesma maneira? O caso da Rua Pindorama já está saturado, mas até agora esse prefeito e sua equipe riem da cara da gente, não fazendo nada. Agora, elevar o IPTU a um valor abusivo, isso ele sabe fazer.
William Borges
Santo André
 




Comentários

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