Fontes ligadas à ANP saíram a público nesta terça-feira para afirmar que não é necessário internar Arafat, apesar da autorização dada pelo ministro israelense de Defesa, Shaul Mofaz, para que o presidente da entidade deixe o cerco na Cisjordânia. Segundo os assessores palestinos, Israel está “espalhando boatos” sobre a saúde de Arafat.
"O presidente Arafat sofre de uma gripe muito severa que está demorando a ceder por ele insistir em jejuar em respeito ao mês sagrado muçulmano do Ramadã", declarou um dos médicos próximos, solicitando anonimato. "Ele não precisa ser hospitalizado."
O ministro palestino de Assuntos Civis, Jamil Tarifi, citado pelo jornal Al Ayyam, reiterou que a Autoridade Palestina não pediu a Israel a hospitalização de Arafat.
O líder da ANP está sitiado em Moqataa, seu quartel-general em Ramallah, desde dezembro de 2001.
O jornal Al Ayyam acusou Mofaz de divulgar informações para provocar confusão pelas ruas palestinas e desviar a atenção dos crimes israelenses cometidos na Faixa de Gaza, onde 17 palestinos morreram desde o anoitecer de domingo, durante uma operação de grande envergadura do Exército israelense.
Ao cair da noite da segunda-feira, fontes da presidência da Autoridade Palestina revelaram que Arafat havia sido submetido a uma endoscopia, que não teria revelado nada de anormal.
Aproximação - Tratando-se de uma simples gripe ou mesmo de uma doença mais grave que os responsáveis palestinos insistem em ocultar, o fato é que a indisposição de Arafat parece abrir caminho para um começo de reconciliação entre ele e seu ex-primeiro-ministro Mahmud Abbas.
Na segunda-feira, Abbas visitou Arafat em Moqataa para saber do seu estado de saúde. A visita foi a primeira reunião entre os dois desde a renúncia de Abbas, em setembro de 2003, logo após se indispor com o líder árabe.
Nm editorial publicado pelo jornal da Autoridade Palestina Al Hayat Al Jadida, o redator chefe, Hafez Al Barghuti, lamentou que não se tenha publicado qualquer comunicado oficial a fim de dissipar os rumores sobre o estado de saúde de Arafat.
De acordo com o jornal israelense Yediot Aharonot, Mofaz tomou a decisão de permitir a saída de Arafat do seu quartel-general após se consultar com o chefe do Estado-Maior, Moshe Yaalon, e o diretor do Shin Beth, Serviço de Segurança Interior, Avi Dichter.
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