Rosso, cuja base do eleitorado é de servidores públicos, se colocou na linha de frente para negociar com o governo propostas de interesse das categorias do funcionalismo na reforma. O deputado disse que o governo não chegará "em nenhuma hipótese" aos 308 votos necessários para aprovar a PEC em dois turnos e que faltam muito mais do que os 50 votos que o governo admite. Nas contas de Rosso, os governistas têm no máximo 240 votos.
Para Rosso, a insistência do governo com a votação da PEC é um "desserviço" ao País. Ele reclamou do "tensionamento" que a proposta causa e disse que o adiamento pode distensionar a base aliada. O deputado reclamou da "abordagem" dos auxiliares diretos de Temer e disse que o grupo próximo do presidente da República resiste às mudanças no texto.
De acordo com o vice-líder, Temer compreende as dificuldades, mas está "obstinado" pelo assunto por acreditar que não pode desperdiçar a oportunidade de votar o tema agora. Rosso afirmou que Temer sinalizou que não colocará a PEC em votação sob risco de derrota. "Imagine o comportamento do mercado (financeiro) se a Previdência não for aprovada?", comentou.
Em entrevista coletiva, Rosso disse que os servidores querem discutir no texto a regra de transição, pensão por morte e tratamento especial para profissionais que atuam em atividade de risco, como policiais.
O parlamentar afirmou que o texto proposto pelo governo não convenceu a maioria da população e a campanha do governo contra os "privilegiados" colocou "brasileiro contra brasileiro". "Fiz um apelo para parar a campanha do privilegiado. Generalizar que todo servidor é privilegiado não é verdade", criticou.
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