O general americano Dan McNeill se reuniu neste domingo com autoridades do povoado e anciões de Tirin Kot e Dehrawad, na província de Uruzgan. Durante a reunião, foi cogitada "uma eventual substituição" nesta região das forças de coalizão, afirmou um porta-voz, o major Gary Tallman, na base aérea de Bagram, 50 km ao Norte de Cabul.

Na noite do dia 30 de junho, um bombardeio americano provocou a morte de 48 pessoas e deixou 118 feridas, todas participavam de um casamento, segundo autoridades locais, em Kakrakai, em Uruzgan.

O general McNeill reconheceu no sábado que aviões americanos que participavam de uma operação em Uruzgan tinham atacado este povoado. A maioria das vítimas do bombardeio são mulheres e crianças.

No domingo, autoridades locais anunciaram ter distribuído 18.500 dólares de indenização às vítimas do bombardeio e a suas famílias. Segundo o comissário do distrito de Dehrawad, Abdur Rahim, as barracas e cobertores entregues pelo Exército americano depois do bombardeio não fizeram mais que agravar a situação.

"Pensam que com algumas barracas e cobertores podem curar as feridas das vítimas, perfeito", disse Rahim, acrescentando: "Vamos matar então dois ou três americanos e depois daremos alguns cobertores e barracas. A compensação será suficiente?"

Vários oficiais expressaram sentimentos parecidos em relação ao bombardeio, o que levou o presidente afegão Hamid Karzai a advertir os Estados Unidos para que isto não volte a se repetir.

Centenas, provavelmente milhares de civis morreram ou foram feridos no Afeganistão desde que começou a campanha aérea americana no dia 7 de outubro, segundo fontes afegãs e de organizações humanitárias.

Os Estados Unidos reconheceram que um certo número de bombas errou o alvo, sem informarem nunca o número de vítimas.