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Billings: cheiro pode vir de matadouro
Bruno Ribeiro
Especial para o Diário
17/11/2005 | 08:13
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Um matadouro clandestino pode ser o responsável pelo mau cheiro no Jardim Ideal, nas margens da represa Billings, em São Bernardo. O forte odor provocou o fechamento de duas escolas e deixou 2,7 mil alunos sem aula na semana passada. A suspeita é dos técnicos da Sabesp que estiveram no local na segunda-feira. Quarta-feira, o vento e a chuva ajudaram a espalhar a crosta de sujeira acumulada na represa, o que amenizou o cheiro e permitiu que as aulas fossem normalizadas. A Sabesp garante que a água que abastece a região não corre risco de contaminação.

Técnicos da Sabesp levantaram a nova hipótese quarta-feira. Há possibilidade de a sujeira ser proveniente  de restos de algum matadouro ou criadouro clandestino de animais, que teriam sido despejados na represa por algum caminhão. Até então, achavam apenas que era esgoto que havia se acumulado com o vento. Nesta quinta-feira, a Sabesp deve ir à região, com apoio da Prefeitura, para tentar retirar o material, levando os dutos de sucção de barco até o meio da represa.

A população observou que a nata de sujeira que se acumulava próximo ao número 7.700 da estrada dos Alvarenga começou a se espalhar pela represa. O cheiro está mais fraco do sentido na sexta-feira. Placas de sujeira se desprenderam e quarta-feira começavam a se acumular na outra margem, em uma região conhecida com prainha, na altura do 8.300 da estrada dos Alvarenga.

Quarta-feira, a Sabesp garantiu que não há riscos de a poluição chegar à área de captação de água para o abastecimento. Na segunda-feira, funcionários da Sabesp foram ao local com um caminhão preparado para sugar o esgoto, na tentativa de amenizar o problema. A ação não deu resultado. Eles não conseguiram sugar o material. Os técnicos tentaram também identificar algum produto químico que reagisse com a sujeira, provocando sua decomposição. O que também não surtiu resultado positivo. A Sabesp resolveu, então, fazer nesta quinta-feira a limpeza mecânica, e não química, na represa.

A Emae (Empresa Metropolitana de Água e Energia), apontada pela Prefeitura de São Bernardo, Sabesp e Cetesb como a principal responsável pela represa Billings, em resposta à solicitação feita sexta-feira, disse que a poluição era um problema da Sabesp.

O esgoto lançado irregularmente na Billings é um problema crônico na represa. A responsabilidade de fiscalização é das Prefeituras e do governo estadual. As Prefeituras são responsáveis por fiscalizar e impedir a ocupação do solo; e a Sabesp pelo encaminhamento e recolhimento do esgoto gerado por ocupações irregulares. Cabe à Cetesb autuar eventuais responsáveis por crimes ambientais.




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