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Victória Bassi sonha com a Mega Rampa

Bicampeã brasileira de skate, jovem ribeirão-pirense quer ganhar visibilidade em torneio internacional disputado em Santa Catarina

João Victor Romoli
Especial para o Diário
23/01/2018 | 07:00
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O sonho de desbravar a Mega Rampa e conhecer seu ídolo são as motivações da bicampeã brasileira infantil de skate Victória Bassi, de apenas 10 anos. A garota de Ribeirão Pires irá disputar no sábado o torneio internacional Oi Park Jam, em Itajaí, Santa Catarina, que reúne ícones do esporte e terá premiação que chega a R$ 80 mil.


Desde que começou a competir, Bassi já tem mais de 40 medalhas e dez troféus no seu currículo. A garota não tem ninguém na família que tenha relação com o skate e, por isso, conta de onde surgiu essa paixão pelo esporte. “No meu aniversário de 4 anos, tinha patins, patinete, skate e bicicleta. Peguei o skate e saí andando. Foi natural. Depois comecei a andar na rua, mas acabei me acidentando com um carro. A partir disso, meu pai me levou para treinar na pista de Mauá e desde então é a coisa que mais amo fazer. Passo quatro horas por dia andando e acho pouco.”

A menina ribeirão-pirense reveza treinamentos em Mauá e São Bernardo. Em esporte que predomina a figura masculina, ela fala como é treinar todo dia nesse meio. “É um pouco estranho, mas eu já peguei o jeito. Quando estou na pista nem percebo quem está ao meu redor. Até por isso meu título favorito é um que disputei com bastante mulheres aqui em São Bernardo”, disse Victória. Entre esses campeonatos, ela encontrou um dos ídolos de infância, que é o skatista Pedro Barros. A garota disse que um conselho dele foi um divisor de águas na carreira. “Ele me viu andar e disse que eu tenho muito futuro. Sempre admirei ele e depois desse dia acreditei ainda mais no meu sonho.”
A garota também aproveitou para comentar sua modalidade preferida no skate. “Gosto do Park, porque engloba street, bowl e banks”, explicou a menina. Essa modalidade, inclusive, vai ser a disputada no torneio em Santa Catarina e fará parte dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

Victória espera que o torneio no Sul abra portas para conhecer a Mega Rampa e sua maior referência no skate. “Estou muito ansiosa. Quero passar para final. Tomara que eu possa ganhar e, com isso, conquistar meus sonhos. Quero ir para Califórnia, andar na Mega Rampa, disputar a Olimpíada e conhecer o Bob Burnquist”, projetou.

Skatista busca ajuda financeira após conquista do bicampeonato

Os sonhos de Victória Bassi esbarram em uma dificuldade: a falta de patrocínio. A família da garota busca diversas ajudas para suprir a ausência de dinheiro e vê no Oi Park Jam, em Santa Catarina, a chance para que ela conquiste visibilidade. O pai, Thiago Bassi, revelou que a menina não recebe ajuda financeira e que o custeio das viagens sai do próprio bolso. “Está difícil, não sei se é pela idade. Ela tem a bolsa de 100% da escola e não gasto com materiais e uniformes. Também recebe alguns apoios, onde dão roupas e algumas peças para colocar no skate, mas nada financeiramente. Este mês deixei duas contas atrasadas para poder comprar as passagens para ela disputar esse torneio.”

Com outra filha recém-nascida, ele e a mulher se dividem entre cuidar da bebê e levar Victória para treinos e torneios. A garota falou da importância de seus pais em sua vida. “Eu tenho que dar muito valor a eles. Se estou tendo oportunidades é pelo esforço deles”, reconheceu. 




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