Economia Titulo No Grande ABC
Cortes na construção civil desaceleram em novembro

No acumulado do ano, ramo dispensou 3.334 operários

Soraia Abreu Pedrozo
Yara Ferraz
19/01/2018 | 07:13
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EBC


O setor da construção civil no Grande ABC está reduzindo o ritmo de demissões. De janeiro a novembro do ano passado, os cortes atingiram 3.334 profissionais, o que significa dez dispensas diárias. No entanto, quando comparado a igual período de 2016, em que houve 3.943 demissões, ou 12 por dia, o volume está menor em 609 operários. A redução também ocorreu em relação ao acumulado de janeiro a outubro de 2017, quando 3.519 pessoas haviam perdido o emprego no ramo.

Com isso, o total de empregados atuantes no segmento nas sete cidades soma 40.183 pessoas. Os dados foram divulgados ontem pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo).

Fato que tem contribuído à redução no ritmo de cortes é a reativação de obras públicas, a exemplo das construções dos corredores de ônibus Alvarenga e João Firmino e do Terminal Alves Dias, além da revitalização do estacionamento da Prefeitura de São Bernardo. Não à toa, o município foi o que mais criou emprego no setor em novembro, 77 postos, embora no ano ainda acumule 944 demissões.

Conforme explica Admilson Oliveira, presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias e do Mobiliário) de São Bernardo e Diadema, as quedas no emprego foram muito expressivas ao longo de 2017 justamente porque o setor de obras públicas pisou no freio. “Na virada de dezembro para janeiro, elas estão voltando a contratar. A informação que eu tive, inclusive, é que a Construtora OAS está contratando, tanto para o Drenar quanto para a Mobilidade Urbana”, conta. Em dezembro, conforme publicado no Diário, a OAS havia demitido 72 operários na cidade, no aguardo pela retomada de construções públicas.

Em São Caetano, o saldo de emprego também ficou positivo em novembro, embora no ano esteja negativo em 261 postos. José Maria de Albuquerque, presidente do Sintracom da cidade, afirma, no entanto, que as empresas continuam enxugando. “No último ano, pelo menos dez firmas demitiram. E um dos problemas é a lei de zoneamento, que já há alguns anos reduziu pela metade o potencial de construção nos terrenos da cidade. O prefeito (José Auricchio Júnior – PSDB ) tem que conversar e colocar em votação essa questão, que prejudica todo o setor.”

Oliveira também destaca que, com a melhora na economia, a Caixa Econômica Federal diminuiu as restrições à concessão de crédito, o que pode impulsionar a demanda por imóveis e, consequentemente, obras prediais. “Mas para recuperar todo o emprego perdido ao longo desse período de crise, acredito que só a partir de julho”, avalia. 




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