A economia brasileira registrou queda de 0,2% em maio em relação a abril, informou ontem a Serasa Experian, empresa especializada em análise de crédito. O resultado, que já está livre das influências sazonais, representa a segunda queda mensal seguida da atividade econômica. Em abril, o indicador havia registrado recuo de 0,1% em relação a março, em dado revisado.

Com o resultado de ontem, a taxa de expansão trimestral da economia caiu de 2,4% nos três meses encerrados em abril para 1,9% no trimestre que vai até maio. De acordo com os técnicos da Serasa, o recuo confirma o processo de desaceleração do crescimento da economia no segundo trimestre.

"A retirada dos estímulos fiscais à aquisição de veículos e outros bens duráveis provocou antecipação de consumo e produção para o primeiro trimestre de 2010, sendo, portanto, natural um ritmo menor de expansão da atividade ao longo do segundo trimestre", registraram os economistas.

"Além disso, as turbulências externas provenientes dos países europeus e o início do ciclo de aperto monetário contribuíram, ainda que em menor escala, para o esfriamento da economia no segundo trimestre de 2010." Entre os setores, a indústria foi a responsável direta pela baixa da atividade econômica em maio, com recuo de 0,1% em relação a abril. O setor agropecuário apresentou alta de 0,3% em maio ante abril, enquanto o de serviços teve aumento de 0,2%.

Pelo lado da demanda, o consumo das famílias subiu 0,1% e o do governo ficou estável no mesmo período. Os investimentos subiram 3,6%, as exportações de bens e serviços avançaram 1,0% e as importações recuaram 3,1%.

Na comparação com maio de 2009, houve crescimento de 8,1% na atividade econômica em maio deste ano. Nos cinco primeiros meses de 2010, o aumento acumulado é de 8,7%, ante o mesmo período de 2009. Nos 12 meses encerrados em maio, a alta da economia foi de 4,2%.