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Gipem, 30 anos. Uma homenagem em Rio Grande da Serra
Por Ademir Medici
11/01/2018 | 07:00
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 O Grupo Independente de Pesquisadores da Memória do Grande ABC completou, ano passado, 30 anos. Funcionários ligados ao poder público também fizeram parte do Gipem, mas o órgão sempre se portou com independência.

Para construir um pouco da memória do Gipem, a socióloga Arlete Feriani é a convidada desta semana do DGABC TV. Sua entrevista entra no ar nesta manhã. Sintonizem: www.dgabc.com.br .

O enfoque é a homenagem que o Gipem recebeu durante o 14º Congresso de História, realizado em novembro em Rio Grande da Serra.

Arlete foi a porta-voz do Gipem. Levou ao palco do Teatro Municipal de Rio Grande da Serra imagens e notícias desta caminhada coletiva de construção da memória.

 

BANDEIRAS (ALGUMAS)

Chamou a atenção uma reunião realizada após a homenagem. Nas coxias do teatro, pesquisadores reuniram-se em círculo e aprovaram a ideia de construir a memória do Gipem, e tudo o que ele representou em bandeiras voltadas à preservação da Represa Billings, estúdios da Companhia Cinematográfica Vera Cruz, revitalização da Calçada do Lorena, Vila de Paranapiacaba, Teatro Carlos Gomes, Palácio De Nardi (hoje sede do Museu de São Caetano), Câmara de Cultura Antonino Assumpção.

Em especial, o Gipem colocou em pauta a importância do estudo de temáticas locais. Se hoje as sete cidades pensam e discutem história e memória do Grande ABC, em igualdade de condições com temas clássicos e pontuais, uma parcela significativa desta nova dinâmica deve-se à trajetória do Gipem, um órgão impessoal, não registrado, que jamais lidou com dinheiro, que nunca se envolveu em corrupção. Idealismo a toda prova nesses tempos em que é preciso uma Lava Jato para, ao menos, denunciar falcatruas em todos os campos.

 

ESTAMOS AQUI.

O Gipem em Rio Grande da Serra, na reunião em círculo e na escada aos fundos do Teatro Municipal: José Duda Costa (o primeiro em pé), Arlete Feriani, Simone Scifoni, João de Deus, Dalila Teles Veras, Malu de Diadema, Maninha do Alpharrabio, Derli Escudeiro, Leila do João de Deus, Walter Carreiro, Valdecirio Teles Veras e Jorge Magyar

 

 

Lembranças de uma pesquisadora

Arlete Feriani na entrevista do DGABC TV

 

O Gipem também é a nossa história.

Alguns dias antes do congresso, fomos com a Derli Escudeiro à casa do Duda. Conversamos. Ele estava com problemas de saúde. Mesmo assim, como sempre, nos atendeu muito bem.

Antes mesmo da formação do Gipem, grupos da comunidade e alguns funcionários públicos sentiam a necessidade de estar ampliando o esforço em defesa da história, memória e preservação do patrimônio.

Em 1986 participamos de um seminário em Mogi das Cruzes. Nomes como Valdenízio Petrolli e Wilson Stanziani estiveram presentes. E o Grande ABC levou um documento com as suas ideias.

Em 1987, num novo seminário da Fundação Prefeito Faria Lima, os municípios foram orientados a abraçar esta causa da construção da memória. E nasce o Gipem.

Em reuniões quinzenais, são realizadas visitas às sete cidades. O Museu de São Caetano estava ainda no Bosque do Povo, na Vila São José. Santo André tinha museu só no papel. São Bernardo mantinha uma sala de pesquisas na biblioteca pública e o Centro de Pesquisa do Folclore, tocado pelo professor Antonio Perez. Dra. Gisela Saar lutava sozinha em defesa da memória de Rio Grande da Serra.

O nascente Gipem começou a distribuir cartas às autoridades, oferecer propostas aos candidatos, mexer literalmente com todo mundo.

São organizadas comemorações alusivas aos 100 anos do município de São Bernardo, ideia do professor José de Souza Martins, que vai dar origem aos congressos de história.

O Gipem abraça todas essas causas. Desencadeia movimentos a partir da comunidade e não dos serviços oficiais já instituídos.

Nomes como o de Paschoalino Assumpção foram fundamentais. O Sr. Paschoalino era muito organizado. Fazia atas, distribuía cartinhas convocando para as reuniões. E 30 anos se passaram.

A ideia é construir a memória do Gipem. Não digo reativá-lo. Vamos tentar reunir tudo o que existe, eventualmente escrevendo esta história.

 

Diário há 30 anos
Domingo, 10 de janeiro de 1988 – ano 30, edição 6646

Santo André – Viadutos sem identificação em Santo André.

A jornalista Vanilda Sant’Anna relaciona vários casos, entre os quais o Viaduto Engenheiro Berrini Júnior, chamado de Luiz Berrini e que hoje é o Viaduto da Acisa; e Viaduto do Grillo (em alusão ao prefeito Lincoln Grillo), que se chamava Viaduto Príncipe de Gales e hoje leva o nome de Engenheiro Luiz Meira, depois de concluído na primeira gestão do prefeito Celso Daniel.

 

Em 11 de janeiro de...
1888 – Circula o primeiro número de A Cidade de Santos.

1903 – Bernardino José de Campos, presidente (governador) do Estado, visita Santo André.

1918 – Estiagem atinge São Paulo, Santos e outras cidades próximas. Lavoura de cereais atingida. Calor intenso. Serviço de água potável prejudicado.

A guerra. Do noticiário do Estadão: a Rússia e a Bulgária concluem a paz.

1958 – Nelson Gonçalves canta no Cine São Bernardo, no Grande Espetáculo Independência, programa transmitido pela Rádio Independência local. Do show participam também os cantores Cosme Sobral e Dury, nomes em evidência na região.

 

Hoje
Dia do controle da poluição por agrotóxicos

 

Santos do Dia
Higino

Teodósio

Sálvio

Honorata


Municípios Brasileiros

Celebram seus aniversários em 11 de janeiro:

Em Tocantins, Barrolândia

Na Paraíba, Várzea

Fonte: IBGE




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